Venda do BESI à chinesa Haitong concluída por 379 milhões

Fim do processo foi comunicado nesta segunda-feira à CMVM. BESI passa a designar-se Haitong Bank.

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José Maria Ricciardi tem estado à frente do BESI Miguel Manso

O Novo Banco concluiu nesta segunda-feira o processo de venda do Banco Espírito Santo Investimento (BESI) à Haitong pelo valor de 379 milhões de euros, um processo que se arrastava há já nove meses.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco informa que, “na sequência da verificação de todas as condições necessárias para a concretização da operação”, concluiu a venda da totalidade do capital social do BESI à Haitong International Holdings, uma sociedade com sede em Hong Kong e detida pela Haitong Securities.

Também nesta segunda-feira a CMVM foi informada da alteração da denominação social do BESI, que passará a designar-se Haitong Bank. Essa alteração de denominação foi aprovada em assembleia geral universal reunida hoje, tendo os respectivos estatutos sido alterados em conformidade.

Esta foi a primeira aquisição da Haitong fora da China, mas não será a última. Em declarações ao Financial Times, o vice-presidente executivo da empresa, Hiroki Miyazato, adiantou que o objectivo é expandir a sua actividade à gestão de activos, research e assessoria financeira a fusões e aquisições, tendo como rampa de lançamento o antigo BESI.

O Haitong Bank terá sede em Lisboa, onde emprega perto de 200 pessoas, mas pretende aumentar os seus recursos humanos no Reino Unido, onde tem cerca de 100 trabalhadores. Tem também operações no Brasil, Espanha, Polónia, Índia e Estados Unidos.

A venda fica concluída nove meses depois de ter sido assinado o contrato que previa a passagem do banco de investimento, liderado por José Maria Ricciardi, para a Haitong.

Só na semana passada se ficou a saber que a venda já tinha as autorizações de todos os reguladores para a operação chegar ao fim. Depois de o Banco Central Europeu (BCE) e de outras autoridades se pronunciarem, foi a vez de o Banco Central do Brasil dar luz verde ao negócio.

No relatório e contas do BESI divulgado a 21 de Agosto, o banco sublinhava que durante as actividades do primeiro semestre esteve focado na “obtenção das diversas autorizações regulatórias” para a conclusão da venda aos chineses e falava na “expectativa” dos clientes em relação à mudança de mãos do banco de investimento.

Em Agosto do ano passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades. O chamado “banco mau” (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição, que foi designado Novo Banco. O BESI, aquando da resolução do BES, transitou para o Novo Banco.

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