Costa afirma que actual governo não soube conviver com marcas de sucesso do PS
"Este governo não foi capaz de conviver com nenhuma das marcas de sucesso da governação socialista. Havia o simplex, acabou com o simplex, havia as novas oportunidades, acabou com as novas oportunidades, podia ter tido até uma atitude compreensível que era dizer que há aqui aspectos que não estão correctos e devemos corrigir, há aspectos que podem ser melhorados e vamos melhorar, há aqui um grau de exigência que deve ser diferente e vamos ter um grau de exigência diferente", disse no encerramento da sessão de reflexão "Educação -- Valorizar as Pessoas", no Porto.
Na opinião do líder socialista, o Governo PSD/CDS-PP fez algo "absolutamente imperdoável" que foi chegar ao poder e achar que o país era uma folha em branco onde era preciso escrever tudo de novo e destruir tudo aquilo que estava a ser feito. "O governo não quis corrigir, não quis melhorar, não quis aperfeiçoar", frisou.
Segundo António Costa, é "fundamental concentrar esforços" no sector da educação, nomeadamente investindo na formação profissional e na educação de adultos, combatendo o insucesso escolar e o excesso de burocracia.
O líder socialista lembrou que o "melhor contributo" que os políticos podem hoje dar às escolas é "deixá-las em paz e deixá-las respirar", não as "atrofiando" com questões burocráticas. Actualmente, os educadores deixaram de ser educadores para passarem a "preenchedores de formulários", entendeu.
O "pior" contributo que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas deram à educação foi convencer os pais de que não valia a pena investir no futuro dos seus filhos e desmoralizar "toda uma geração" que tinha aproveitado o programa das novas oportunidades para obter formação, considerou.
"Ao contrário do que governo diz, o país não tem licenciados a mais, o que o pais tem é empregos qualificados a menos para aquilo que necessita de ter para ter uma economia moderna, inovadora e que nos garanta futuro num Europa globalizada", salientou.
Costa frisou que o governo manda os jovens emigrarem porque em Portugal não tem emprego, mas depois vai a Bruxelas assinar um compromisso para que o país tenha, até 2020, 40% da população entre os 30 e 34 anos com nível de ensino superior.
O líder do PS adiantou que não são só com medidas económicas que se resolvem os desafios da economia, mas também pela inovação, tecnologia ou investigação científica. "Há quem julgue que o nosso desenvolvimento passa por desmontar o estado social, reduzir salários ou empobrecimento", lembrou.
O presidente da Federação Distrital do PS/Porto, José Luís Carneiro, garantiu que a escola pública, nomeadamente a sua defesa, está no "ADN" do PS. "O centro das nossas prioridades é a escola como motor de desenvolvimento do país", concretizou.