Europa celebra os 70 anos da capitulação nazi

Aniversário do fim da II Guerra Mundial na Europa comemorado em vários países. A cerimónia com mais impacto mediático ocorrerá no sábado, em Moscovo.

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O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, com veteranos, em Paris Andrew Harnik/AFP
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Ed Milliband, Nick Clegg e David Cameron, nas cerimónias de Londres ADRIAN DENNIS/AFP
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Veteranos britânicos, nas cerimónias de Londres LEON NEAL/AFP
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O Presidente polaco, Bronislaw Komorowski, na cerimónia de Gdansk Rafal Malko/Agencja Gazeta/REUTERS
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Memorial de guerra soviético, em Berlim MAURIZIO GAMBARINI/DPA /AFP

Foi no dia 8 de Maio de 1945 que a Europa pode finalmente descansar, depois de seis longos anos de uma guerra que arrasou o continente e alastrou pelo mundo, dizimando mais de 50 milhões de pessoas. A rendição da Alemanha, há precisamente 70 anos, trouxe a paz à Europa e é comemorada, esta sexta-feira, um pouco por todo o continente.

Na Alemanha celebra-se a data relembrando a importância do sentimento de “libertação”, não só do totalitarismo do regime nazi, mas também da consciência dos alemães e dos fantasmas da sua história, nas palavras do presidente do Parlamento alemão, Norbert Lammert, numa cerimónia que decorreu esta sexta-feira no Reichtag. O evento contou com a presença da chanceler, Angela Merkel, e do Presidente, Joachim Gauck. Lammert saudou também o “espírito de reconciliação” dos vizinhos da Alemanha, que considerou “inédito na história”, face à catástrofe que o precedeu.

Também em França a data foi assinalada com uma homenagem aos que morreram no conflito, numa cerimónia que teve lugar no Arco do Triunfo, em Paris, presidida pelo Presidente François Hollande. Estiveram presentes, entre outras personalidades, o primeiro-ministro, Manuel Valls, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

No Reino Unido, que soube da notícia há 70 anos através do célebre anúncio radiofónico de Winston Churchill, as cerimónias coincidiram com o anúncio dos resultados das eleições legislativas que garantiram a reeleição do conservador David Cameron.

O destaque das comemorações foi a presença conjunta de vencedor e vencidos das eleições, junto ao memorial de Cenotaph, em Londres, perto do número 10 de Downing Street. Foram também cumpridos dois minutos de silêncio, em todo o Reino Unido, em memória dos mortos da Segunda Guerra Mundial, e houve um concerto no centro de Londres. No domingo, na abadia de Westminster, decorrerá uma cerimónia com a presença da família real, líderes políticos e veteranos de guerra.

Na Holanda, veteranos e as suas famílias participam numa parada festiva, na cidade de Wageningen, onde ainda estavam forças alemãs no dia da capitulação.

Já na Polónia, as comemorações realizaram-se em Gdansk, à meia-noite, e contaram com a presença de vários líderes políticos da Europa central e de leste, que preferiram estar presentes neste evento em detrimento do desfile de grandes proporções que ocorrerá sábado, dia 9, em Moscovo. Um claro sinal de protesto face à anexação da Crimeia pela Rússia e ao alegado apoio de Putin às milícias rebeldes separatistas pró-russos.

Na Ucrânia, um dos países mais devastados e com mais vítimas mortais, que vive hoje uma guerra civil, realizaram-se outras importantes cerimónias de comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial. O Presidente, Petro Porochenko, esteve num desfile em Kiev, denominado de Marcha para a Paz, e, acompanhado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, com quem esteve na noite anterior em Gdansk, visitou o museu da guerra. Em Donetsk, controlada por separatistas pró-russos, a data eleita para as comemorações, será o 9 de Maio, à semelhança da Rússia.

Do outro lado do oceano Atlântico, os Estados Unidos prestaram homenagem à ”geração que salvou o mundo”, nas palavras do Presidente, Barack Obama. Embora os norte-americanos festejem o fim da guerra somente em Setembro, uma vez que os combates com o Japão se prolongaram durante mais alguns meses, realizou-se uma cerimónia em Washington, seguida de uma exibição aérea de aviões que combateram na época.

Mas a comemoração com mais impacto mediático ocorrerá apenas no sábado, dia 9 de Maio, quando a Rússia celebra o fim da “Grande Guerra Patriótica”.

A cerimónia foi preparada com enorme aparato e contará com inúmeros chefes de Estado de vários países. Mas entre eles não se incluem os principais líderes ocidentais, como Obama ou Merkel, em protesto contra as acções da Rússia na Ucrânia. Está prevista uma exibição de novo armamento militar russo, numa clara demonstração de força do regime de Vladimir Putin.

Editado por João Manuel Rocha

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