PCP quer ouvir responsáveis da Ongoing na comissão de inquérito do BES

Rafael Mora e Nuno Vasconcellos vão ser chamados. Auditor do BES Angola está a ser ouvido à porta fechada.

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Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing Pedro Cunha/Arquivo

Os comunistas pretendem igualmente ouvir Carlos Calvário, antigo director de risco do Grupo Espírito Santo.

Além disso, os deputados comunistas apresentaram pedidos para que o Banco de Portugal envie todos os relatórios de auditorias externas e internas do BES desde 2000, solicitando ainda que a Espírito Santo Internacional, a Rioforte, a Espírito Santo Control e a Espírito Santo Research apresentem as listas dos pagamentos que efectuaram.

Estes pedidos são conhecidos no dia em que Sikander Sattar, o presidente da KPMG Angola, a empresa que auditou as contas do BES Angola, vai prestar declarações no quadro da Comissão Parlamentar de Inquérito ao colapso do grupo familiar. A sua intervenção decorre à porta fechada e sem gravação vídeo.

Esta é a segunda vez de Sattar nesta comissão de inquérito, depois de já ter prestado esclarecimentos como presidente da KPMG Portugal, o auditor externo do BES e da ESFG desde 2002.

Já passava das 17h quando o auditor externo surgiu acompanhado de três colaboradores e de dois advogados, entre eles João Soares da Silva, sócio da Morais Leitão, Galvão de Melo, Soares da Silva e Associados. Sattar vai ler uma declaração escrita, antes de começar a responder às questões dos deputados que vão versar sobre as responsabilidades da KPMG Angola na fiscalização das contas da unidade bancária africana. A relação do BES com o BESA, que gerou uma imparidade de 3000 milhões de euros, foi um dos factores que contribuíram para a intervenção pública no segundo maior banco português. A KPMG Angola é acusada de não ter fiscalizado correctamente as três sociedades do GES.

Quando a 2 de Dezembro esteve na comissão de inquérito, numa audiência que decorreu parcialmente com a assistência da comunicação social, Sattar recusou abordar o tema BESA, com a justificação de estar sujeito ao segredo comercial angolano. A decisão justificou o seu regresso ao Parlamento.  

Sattar leu uma declaração inicial de com cerca de 30 páginas e usou a lei angolana, que proíbe que se fale de clientes e da vida da instituição, como justificação para ser ouvido à porta fechada.

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