#portobrands: seis marcas do Porto reunidas num espaço

Loja junta calçado, malas, óculos, skates e objectos de mobiliário e de decoração no mesmo espaço. #portobrands está aberta ao público até 15 de Janeiro

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Tiago Dias dos Santos

“Provavelmente, a melhor loja “pop-up” da cidade”. É desta forma que a #portobrands se apresenta. Localizada nas Galeiras Lumiére, no Porto, a loja reúne seis marcas portuguesas, todas diferentes, mas com uma característica comum: todos os produtos são fabricados na região do Porto.

E como surgiu a ideia? Os criadores da Galula, do elRockstar e da Maria Maleta já se conheciam. Tinham a ideia de se juntarem no Natal e arranjar uma loja no Porto para criar uma “pop-up”. Depois foi o passa-a-palavra: “de amigo de amigo” chegaram às restantes três marcas: Milf Skateboard Tailors, Bleebla e Weekend Barber.

Entre calçado, malas, óculos, “skates”, e objectos de mobiliário e de decoração, as peças das seis marcas estão expostas em paletes de cartão e misturam-se entre si, originando um ambiente informal. A #portobrands está aberta até 15 de Janeiro, entre as 10h00 e as 20h00, de segunda à quinta e, entre as 10h00 e as 23h00, à sexta e ao sábado.

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Os sapatos da Weekend Barber e as malas da Maria/Maleta Tiago Dias do Santos

Maria/Maleta

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Os óculos de madeira da elRockstar Tiago Dias do Santos

Surgiu na “brincadeira”. Maria/Maleta é uma marca de malas e foi criada em Setembro de 2013 por Ana Neto e Daniela Marques, duas jovens de São João da Madeira, com 27 e 28 anos. Amigas de infância, as duas jovens queriam ter um projecto juntas, embora tendo áreas de formação diferentes: Ana é farmacêutica e Daniela é gestora de qualidade numa empresa. “Imaginamos imensas coisas até que chegamos às carteiras, uma coisa de que ambas gostamos”, conta Ana ao P3.

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Os skates da Milf Skateboard Tailors e o cabide Pendura da Galula. Tiago Dias dos Santos

“Divertidas e diferentes”. É assim que Ana caracteriza as malas da Maria/Maleta. “Quisemos aproveitar um bocadinho do que o calçado tinha. As botas Chelsea têm uma característica que é o elástico e nós pegamos nessa ideia”, explica. A pele e o elástico são então os materiais utilizados. “Toda a mala é em pele, desde o forro ao bolso”, salienta. O principal modelo da marca é uma “clutch”, de tamanho médio e reversível. Está disponível em diferentes combinações de cores, em tamanho grande e pequeno e, agora no Natal, como porta-moedas “com o mesmo conceito”. Para o futuro “ideias não faltam”. Pretendem “fazer uma linha para homem e uma linha para mamãs”, adianta.

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A Silhueta “simula a longitude da selva” (Bleebla) Tiago Dias do Santos

E porquê Maria/Maleta? Não, nenhuma se chama Maria, apesar de serem assim tratadas algumas vezes por telefone. Ana explica: “Maria porque é o nome mais tradicional que existe em Portugal. O Maleta surgiu na brincadeira. Quando pensamos fazer a marca, eu estava de pé partido e de moletas e, na brincadeira, surgiu o Maria Moleta e do Moleta para a Maleta foi muito rápido”.

As malas custam entre 42 e 120 euros e estão disponíveis nas lojas ClerigosIn e MUUDA, no Porto, e na Embaixada, em Lisboa, bem como noutros pontos do país.

Facebook: Mariamaleta

Bleebla

Brinca com a Natureza” é o mote para a colecção de objectos desenvolvida pela Bleebla, uma marca criada por Ana Ferreira e Luís Leite, ambos com 36 anos. Brinquedos ou objectos de decoração? “São pensados para as duas coisas. É em primeiro lugar um objecto destinado à criança, mas o adulto facilmente se enamora pelo objecto e funciona muito bem como objecto de estante ou de secretária”, explica Luís ao P3. Depois da caixa dos bichos “da selva”, a marca criou agora a caixa de bichos “do mar”. Outro dos produtos novos é a Silhueta, composta por dez animais em madeira e cinco perfis de cortiça que “simulam a longitude da selva”, como descreve Ana, acrescentando que as pessoas podem combiná-los como preferirem. Produzidas no Porto, as peças oscilam entre os 23 e os 135 euros e estão também disponíveis na loja de Natal do Museu de Serralves e “online” na Lusa Mater e no site da própria Bleebla. 

Facebook: Bleebla

elRockstar

É um “site” que vende óculos e relógios. O elRockstar foi criado em 2011 por Carolina Castro e Mário Gomes com 28 e 30 anos. Além de personalizar óculos e relógios e fazer a revenda de produtos de outras marcas, a marca comercializa, agora, óculos de madeira. Em 2013, os jovens portuenses já planeavam desenhar os seus próprios produtos e assim o fizeram nesse mesmo ano. Carolina e Mário foram dos “primeiros em Portugal” a comercializar óculos de madeira. “Agora é muito mais normal, mas na altura foi bastante pioneiro”, esclarece Carolina ao P3. Produzidos em Paredes, os óculos são feitos de “madeira zebrada” e desenhados pelos dois criadores, que optaram por escolher um modelo que “ficaria bem a mais gente”. A edição é limitada e cada par custa 99 euros. Os produtos podem também ser adquiridos na loja “online”, na CRU – Loja Cowork, no Porto, e na Embaixada, em Lisboa.

Facebook: elRockstar.com

Galula

É uma marca de peças de mobiliário criada por dois jovens “designers”. “Saímos da faculdade e começamos a desenhar peças de modo a não ficarmos parados”, contava Filipa Mendes ao P3, em 2012. Dois anos passados são sinónimo de evolução, como explica agora a jovem portuense: “Aprendemos a adaptar-nos à indústria e ao público. Começamos a fazer objectos mais comerciais dentro do nosso espírito e a pensar num preço apelativo”. Juntamente com Gustava Macedo, 31 anos, Filipa pretende um “design” mais democrático” e acessível a um maior público. Algo que a “designer” de 29 anos admite não ter acontecido com as duas primeiras peças da Galula: a cadeira Woody e o móvel Tio. “Não eram muito comerciáveis, porque a produção era muito cara”, confessa. O candeeiro de mesa Glint, a mesa de apoio Três, o cabide Pendura e a estante Qubik são algumas das novas peças. “Para nós o “design” tem de ser funcional ponto”, ressalva Filipa, acrescentando que não pretendem repetir peças. “Nem tão cedo vamos fazer, por exemplo, um candeeiro de mesa. Queremos completar a casa: temos uma estante, um banco, uma mesa de apoio”, desvenda. A par da madeira, a cortiça é agora outro dos materiais utilizados. “Pegamos sempre em materiais nacionais”, refere, adiantando que em breve vão trabalhar com o barro de Bisalhães, de Vila Real. As peças, produzidas no Porto e em Paredes, oscilam entre os 80 e os 190 euros. Podem ser adquiridas na Mundano Objectos e na Almada 13, no Porto, e nas lojas Arte Assinada e Verso Branco, em Lisboa.

Facebook: Galula Product Studio

Milf Skateboard Tailors

Nasceu da fusão entre o “design” e o carinho pelas "tábuas", usadas por Diogo Frias desde miúdo. A Milf Skateboard Tailors é uma marca de “skates” criada em 2013 pelo designer do Porto. Lançada inicialmente com o modelo Bullock, a MILF conta actualmente com mais três modelos de “skates”: o Longoria, “um modelo mais pequeno tipo um “City Cruising”; o Foster, “um “skate” mais radical e versátil nas dimensões”; e agora o Vergara, “o novo “skate” que permite abranger todo o tipo de modelos de “longboards”, explica o jovem de 30 anos ao P3. Os “skates” são fabricados em Paredes e os materiais continuam a ser os mesmos: fibra de madeira com pigmentos (Valchromat) com contrapalado de bétula folheado a nogueira. Diogo revela, mas sem adiantar muito, que “num futuro muito breve” pretende “lançar algum tipo de acessórios”. A ideia é que as pessoas que se identificam com a marca e não queiram adquirir o “skate” possam ter uma peça que a represente. Os preços variam consoante seja vendida apenas a tábua ou o “skate” completo: o mais barato custa 79 ou 189 euros e o mais caro 119 ou 239 euros. Estão disponíveis para venda na loja “online”.

Facebook: Milf Skateboard Tailors

Weekend Barber

Surgiu para “dar a volta ao desemprego”. Em 2012, Daniela Correia, 25 anos, lançou a sua própria marca de calçado, um projecto que conta com mais duas pessoas - Francisca Sá e Inês Castro – todas “designers” do Porto. O calçado é agora produzido uma fábrica em São João da Madeira, mas os materiais utilizados continuam a ser praticamente os mesmos: peles portuguesas e italianas, de vaca e de cabra; solas em crepe, microfibra e, agora, em couro. A marca produz cerca de nove modelos por colecção e todas “são diferentes”. “Cada colecção tem o seu próprio universo. A escolha de materiais, a parte gráfica e as solas baseiam-se nesse universo”, explica a jovem ao P3. A internacionalização é a aposta da Weekend Barber que conta com alguns pontos de venda na Europa. O preço de cada par varia entre 100 e 200 euros e estão disponíveis no MUUDA e no Almada 13, no Porto, e em mais lojas espalhadas pelo país.

Facebook: Weekend Barber

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