Governo e empresas promovem turismo residencial em Londres

Mais de 90% dos vistos gold concedidos até agora são de imóveis para este tipo de turismo.

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Em 2013, Governo estimava existirem dez mil casas disponíveis Miguel Madeira

Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo que falará na conferência, explica que a estratégia seguida para promover este mercado é semelhante à que é usada para divulgar o país fora de portas e implica, por exemplo, o convite a vários jornalistas dos mercados alvo (europeu e russo) para viajarem até Portugal. Para promover este produto, o Turismo de Portugal dispõe de 1.162.968 euros (entre verbas comunitárias e 25% oriundas do orçamento do organismo), numa estratégia feita em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts.

Em Janeiro do ano passado, o então ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, dizia existirem no país dez mil casas para vender. No Sul da Europa, as vendas de unidades de turismo residencial ultrapassavam as cem mil casas e Portugal só tinha 4% destes imóveis (Espanha tinha 40%, França 25% e Itália 15%). Questionado sobre os resultados deste último ano na estratégia de divulgação deste produto turístico, Adolfo Mesquita Nunes diz não dispor de dados, remetendo para números recentes da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal. Entre Janeiro e Março foram vendidos 3500 imóveis a estrangeiros e o Reino Unido é o principal cliente, com 800 casas vendidas.

“O Governo não é uma agência imobiliária: não nos compete vender casas, compete-nos criar condições para ter um mercado imobiliário competitivo”, disse, lembrando medidas como a criação de um regime fiscal para não residentes e os famosos vistos dourados. Por exemplo, os residentes não habituais beneficiam, durante um período de dez anos, de uma tributação a uma taxa fixa de IRS de 20% sobre os rendimentos do trabalho auferidos em Portugal e da inexistência de dupla tributação, no caso das pensões e do trabalho dependente e independente auferido no estrangeiro.

Os vistos gold, criados em 2013, permitiram o investimento em imobiliário de 450 milhões de euros até Abril deste ano, o equivalente a 787 autorizações de residência a investidores estrangeiros. Adolfo Mesquita Nunes diz que mais de 90% dos vistos concedidos “foram motivados pela aquisição de imobiliário”.

O Governo ainda não sabe se estas medidas provocaram alterações na quota de Portugal no mercado do turismo residencial europeu. O secretário de Estado do Turismo recorda ainda a plataforma online (livinginportugal.com) – site oficial do Turismo de Portugal  sobre compra de casa – que no primeiro ano de actividade recebeu 135 mil visitas, 78% de estrageiros.

Depois do evento em Londres, estão já programadas sessões em várias cidades europeias. Suécia, França, e Rússia são países onde, no primeiro semestre, haverá novos encontros. A intenção é organizar em média seis visitas por mercado, um terço das quais de imprensa especializada. 

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