Nove anos a viver com VIH

Uma vida normal.

Quando soube que era seropositivo?
Fui diagnosticado em 2004, mas fui possivelmente infectado em 2003.

Quando começou a tomar antirretrovirais?
Em 2006, quando o meu nível de CD4 [células imunitárias que são o alvo principal do VIH] desceu para cerca de 200. Primeiro tomei uma combinação que incluía AZT e depois mudei quando essa triterapia se tornou obsoleta.

Qual é a sua carga viral actual?
A minha carga viral é indetectável e o meu nível de CD4 é de 700 e tal – o que no meu caso é bom. O nível de CD4 necessário depende de cada pessoa; umas precisam de mais CD4, outras de menos.

Como é feito o controlo do seu estado imunitário?
Inicialmente, tinha uma consulta com um infecciologista de três em três meses. Depois, quando as coisas ficaram controladas, comecei a ter consulta de seis em seis meses. Para controlar as coisas, temos sobretudo de aderir à terapêutica todos os dias, não podemos falhar para não criar resistência aos medicamentos. E também um estilo de vida saudável, fazer exercício físico e mantermo-nos ocupados.

Manter-se ocupado?
Sim. Temos de ter um objectivo de vida, não podemos dizer “sou um coitadinho, fico em casa”.

Quantos comprimidos toma por dia?
Quatro, a seguir ao jantar.

O tratamento é complicado?
Há pessoas que têm aversão aos medicamentos. Eu não tenho, não penso nisso.

O tratamento tem efeitos secundários?
Tem. Eu desenvolvi hipertensão arterial. Com medicação, ela está perfeitamente controlada.

Acha que tem uma vida normal?
Acho. Mas tenho plena consciência de que pode sempre acontecer uma coisa fora do normal.
 
 
 
 

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