Comunidade Portuária de Lisboa apela ao fim da greve dos estivadores
Sindicalistas falam em hipocrisia e denunciam o que consideram ser “terrorismo”.
As empresas consideram que as recentes greves dos trabalhadores têm tido “consequências que vão muito para além dos prejuízos directos causados à economia nacional”, uma vez que os protestos levam à “degradação de imagem” do Porto de Lisboa.
António Mariano, presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul, responde que “pouco interessa a imagem quando em causa está o despedimento dos trabalhadores” e acusa as empresas do Porto de Lisboa de quererem “substituir mão-de-obra efectiva por mão-de-obra precária”. O presidente do Sindicato dos Estivadores vai mais longe e afirma que “qualquer país que tenha uma força terrorista tem má imagem. Estamos apenas a reagir a ataques. O que as empresas estão a fazer é terrorismo.”
Quanto à greve que se arrasta desde 25 de junho, o dirigente sindical explica que os trabalhadores já pararam 1 hora por dia, 2 horas por dia mas que, neste momento, estão a parar zero horas por dia. Ou seja, “os estivadores estão a trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana”, esclarece.
A CPL apela ainda ao “bom senso”, e considera expectável que as “negociações laborais comecem” e que cheguem a “bom porto”. No entanto, António Mariano classifica este apelo como “uma hipocrisia” e garante que o sindicato tentou apresentar “seis datas para negociar em Lisboa”, sendo que “nenhuma delas foi aceite” pelas empresas.
O último pré-aviso de greve entregue pelo sindicato prevê que a greve se prolongue até dia 29 de Outubro mas o dirigente admite que “se não se alterar o comportamento das empresas”, o período de greve pode ser ampliado.