Em Newtown, uma nova escola poderá nascer sobre os escombros de Sandy Hook

Um painel de responsáveis de Newtown, onde em Dezembro 20 crianças e seis adultos foram mortos na escola de Sandy Hook, recomenda a demolição do edifício e a construção duma nova escola no mesmo terreno.

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A escola continua encerrada à espera que se decida o seu futuro John Moore/AFP

O desejo da comunidade de Newtown era combater o trauma sem, com isso, deixar que o atirador da escola primária de Sandy Hook saísse vitorioso. Adam Lanza suicidou-se depois de entrar na escola fortemente armado e matar seis adultos e 20 crianças, no estado do Connecticut, em Dezembro, num dos piores massacres nos Estados Unidos. A solução de demolir a escola e reconstruir uma nova no mesmo local terá de ser aprovada pelos habitantes em referendo.

A ideia de abandonar por completo a escola, onde ela existe hoje, não era para todos os moradores de Newtown a melhor solução, disseram os representantes de pais Steven Uhde e Peter Barresi à Associated Press. Ambos se congratulam por isso com a decisão deste fim-de-semana de uma equipa de 28 oficiais comunitários eleitos para decidir o futuro do espaço onde ocorreu a tragédia que, por unanimidade, votaram a favor da demolição do edifício e reconstrução, no mesmo local, de um espaço diferente para acolher a mesma escola.

Os residentes estão divididos relativamente ao que fazer com o terreno. Uns acolheram bem a decisão de reconstruir no mesmo local um novo estabelecimento de ensino. Trabalhar no mesmo sítio seria impensável por ser demasiado traumático para os professores ouvidos na semana passado pelo painel de responsáveis comunitários, escreve a Reuters. Brian e Olivia Engel perderam a filha de seis anos no massacre de 14 de Dezembro. Seis meses depois dizem que preferiam que uma nova escola fosse construída num outro local. O casal nunca consideraria mandar o filho mais novo para a escola onde morreu a irmã, disse Brian Engel à Associated Press.

Também Dina Latimer, que vive na rua que dá acesso à escola, preferia que outro terreno fosse escolhido. Mãe de um rapaz de 12 anos, que em tempos frequentou Sandy Hook, e de uma menina de dois anos, para quem tinha planos de frequentar um dia essa escola primária, Dina Latimer não exclui a possibilidade de mudar de casa. “Esta tragédia nunca será esquecida”, disse à Reuters, acrescentando: “Estou muito contente de saber que eles vão construir uma nova escola”, afirmou à Reuters. “Nunca consideraria pôr a minha filha na antiga escola onde uma tragédia tão horrível aconteceu. Mas teria sido melhor reconstruirem noutro lugar.”

Para avançar, o plano terá ainda de ser submetido à consulta dos residentes num referendo depois de ser aprovado pelo conselho directivo de Sandy Hook.  

Fechada e vedada
Por enquanto, uma outra Sandy Hook Elementary School foi provisoriamente criada num espaço da localidade vizinha de Newtown, Monroe, para as 430 crianças que sobreviveram ao massacre. A de Sandy Hook continua fechada e vedada, embora muitas pessoas continuem a deixar flores e mensagens em memória das vítimas.

Em 1999, o Liceu de Columbine, no Colorado, foi palco de um massacre. Dois alunos entraram no edifício armados e dispararam indiscriminadamente matando 12 alunos e um professor. A maioria das vítimas morreu na biblioteca, que foi entretanto removida e substituída por um átrio.

A Associated Press conta ainda que o edifício onde um estudante matou 32 pessoas no Virginia Tech, em 2007, foi convertido num centro de estudos para a paz e prevenção da violência. Também na comunidade Amish da Pennsylvania, a escola onde cinco raparigas foram mortas em 2006, por um atirador, foi demolida e um novo edifício construído a umas centenas de metros.

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