Greve condiciona transportes, CGTP admite mobilização "difícil"

Greve da CP no Porto
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Greve da CP no Porto Adriano Miranda
Greve na Estação de São Bento, no Porto
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Greve na Estação de São Bento, no Porto Adriano Miranda
Greve na Estação de São Bento, no Porto
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Greve na Estação de São Bento, no Porto Adriano Miranda
Piquete de greve em São Bento, no Porto
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Piquete de greve em São Bento, no Porto Adriano Miranda
Greve geral no centro do Porto
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Greve geral no centro do Porto Adriano Miranda
Piquete de greve na recolha de lixo em Lisboa
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Piquete de greve na recolha de lixo em Lisboa Miguel Manso

Os efeitos da greve geral vão dos transportes públicos à recolha de lixo, dos serviços dos correios à justiça. O Governo não divulga números sobre a adesão à paralisação convocada pela CGTP, para quem a adesão é positiva, embora o seu secretário-geral, Arménio Carlos, já tenha admitido que a mobilização “é difícil”.

A adesão dos trabalhadores de recolha de lixo foi quase total durante a madrugada em quase todos os concelhos. O cenário é traçado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, que apenas contou cinco cidades onde a adesão era inferior a 100%: Lisboa, Oeiras, Funchal, Gondomar, Matosinhos, Setúbal e Viana do Castelo.

O líder da CGTP reconheceu que nestes serviços a paralisação foi menor do que em greves anteriores.

O impacto da paralisação nos transportes estava, esta manhã, a provocar condicionamentos de trânsito na capital, onde a PSP registou um aumento do tráfego nos acessos a Lisboa.

O metropolitano está de portas fechadas desde ontem e só volta a abrir às 6h20 de amanhã. Os barcos da Transtejo, que operam as ligações entre as duas margens do Tejo, voltaram a funcionar a partir das 6h15, fez saber à Lusa a empresa. Apenas não havia barcos a fazer a travessia Lisboa-Trafaria.

Mas a adesão global no sector dos transportes era calculada pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) entre os 70% e 100%.

Era este o cenário descrito à Lusa por José Manuel Oliveira, coordenador da FECTRANS ao início da manhã: “O Metropolitano de Lisboa está paralisado, a Soflusa está paralisada, a Transtejo tem apenas uma embarcação a funcionar, a Carris está na ordem dos 50% de adesão, o Metro do Porto só tem uma linha a funcionar, portanto [com uma adesão de] qualquer coisa como 90%, a Rodoviária da Beira Litoral tem uma adesão de 90%, os Transportes Sul do Tejo (TST) estão a 70% e os portos vão estar parados ao longo do dia”.

Na CP, alguns serviços mínimos não foram cumpridos ao início da manhã, por falta de comparência dos trabalhadores, denunciou a FECTRANS, sem detalhar quais as ligações que ficaram por realizar. Contactada pelo PÚBLICO, a transportadora ferroviária recusou explicações, justificando através do seu gabinete de comunicação que não prestará informações sobre a adesão à greve ou a realização das ligações da CP ao longo do dia.

Até às 8h, a adesão dos trabalhadores dos CTT era de 65,8%, abaixo da participação nas primeiras quatro horas (72,3%). Os dados apurados pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações abrangem, no entanto, vários centros a nível nacional, quando antes apenas era contabilizada a adesão nas centrais de correios de Lisboa, Porto e Coimbra. Dos 3422 trabalhadores escalados para esta quinta-feira, 2252 estavam em greve até ao início da manhã.

No princípio da manhã, Arménio Carlos fazia uma avaliação positiva da greve mas admitia que a mobilização dos trabalhadores estava a ser "difícil”, quer porque houve uma redução do seu poder de compra, quer em função do aumento do desemprego. “Esta greve não é um teste à minha liderança. Na CGTP não fazemos testes individuais. Esta paralisação é uma decisão colectiva", acrescentou o novo líder da central sindical.

À hora do almoço, Arménio Carlos voltou a falar num balanço positivo, quando passava pelo Liceu Passos Manuel, em Lisboa, fechado como muitos em todo o país por causa da greve.“Nesta altura a greve está a correr relativamente bem”, afirmou o líder da CGTP.

Por seu lado, o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, informou que nas escolas os níveis de adesão à paralisação serão próximos dos da anterior greve geral (Novembro), mas acrescentou ainda ser cedo para fornecer números.

A última greve geral aconteceu há quatro meses, a 24 de Novembro de 2011, também convocada pela UGT, que desta vez não se junta ao protesto.

Notícia actualizada às 14h20
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