Acordo na concertação social “foi uma boa surpresa”, diz Daniel Bessa

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Bessa diz que o "Ministério da Economia está em alguma dificuldade" Foto: Rui Gaudêncio

Economista elogia a “persistência do Ministério da Economia” e a “coragem de João Proença”, da UGT.

O economista e antigo ministro da Economia (do Governo de António Guterres), Daniel Bessa, afirmou hoje que a proposta que saiu, esta madrugada, da reunião de concertação social “foi uma boa surpresa”. À margem do congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que decorre até amanhã em Lisboa, Daniel Bessa elogiou o papel do ministério da Economia, liderado por Álvaro Santos Pereira, e a “coragem” de João Proença, secretário-geral da UGT.

“Sabemos que o Ministério da Economia está em alguma dificuldade. Esperam-se coisas, acontecimentos e [o resultado da reunião] é um acontecimento e vai marcar a memória”, disse aos jornalistas.

“Não sei quem admiro mais. Se a persistência do Ministério da Economia, se a coragem de João Proença”, disse o também director-geral da COTEC, acrescentando que as medidas acordadas são “mais importantes e mais sérias” do que a meia hora de trabalho adicional, que estava inicialmente em cima da mesa das negociações.

Depois de 17 horas de reunião (também marcada pelo abandono da CGTP), o Governo e os parceiros sociais chegaram a um entendimento que deixa cair o prolongamento do dia de trabalho, em troca de um maior número de dias de trabalho. Cada empresa passa a gerir um banco de horas de 150 horas anuais por trabalhador.

Lembrando uma frase de José Sócrates, Daniel Bessa disse ainda que a meia hora extra de trabalho “é uma brincadeira de crianças” em comparação com as novas medidas.

Descida do rating “é uma desgraça”

Questionado pelos jornalistas, Daniel Bessa comentou a recente descida do rating de Portugal, dizendo que “é uma desgraça”. “Nessa área, só temos tido más notícias”, referiu, sublinhando que, com a descida da nota de crédito em dois níveis, de BBB- para BB (lixo), “vamos pagar mais juros”. “Quem tem dinheiro para investir, olha para nós de forma mais desconfiada”, explicou.

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