Obama diz que EUA serão sempre um país com rating AAA

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Obama diz que apresentará recomendações nas próximas semanas para reduzir o défice Jason Reed/Reuters

O presidente norte-americano, Barack Obama, reagiu hoje ao corte de rating dos Estados Unidos, admitindo que o país tem um problema com o nível da dívida, embora afirmando que a maior economia mundial merece estar classificada com a nota da dívida máxima.

Obama criticou o corte do rating pela agência Standard and Poor’s, na sexta-feira, e defendeu que os EUA serão sempre um país “triple A”, referindo-se à classificação de AAA que a agência atribuía aos Estados Unidos desde 1941 e que as outras duas grandes agências, a Moody's e a Fitch, decidiram manter.

“Não precisamos que uma agência de rating nos diga o que fazer”, contrapôs Obama às críticas da S&P sobre o acordo alcançado no Congresso na semana passada para o aumento do tecto da dívida dos EUA e a redução de despesas no prazo de dez anos.

Obama reconheceu haver falta de vontade política da oposição para dar resposta aos problemas económicos, que, sublinhou “podem ser resolvidos”, mas frisou que os EUA não precisam que seja uma agência de notação a dizer que o acordo assinado entre democratas e republicanos não é o ideal.

Ainda hoje a S&P renovou as críticas ao clime político nos Estados Unidos, afirmando através do seu director-geral, John Chambers, que os EUA não voltarão a recuperar o rating máximo e que existem 33 por cento de hipóteses de verem a nota baixar de novo dentro de seis a 24 meses.

Por isso, Obama anunciou que vai apresentar propostas nas próximas semanas para reduzir o défice e apelou, ao mesmo tempo, a oposição a aceitar uma subida dos impostos sobre os mais ricos – medida que divide republicanos e democratas e que prolongou, em parte, o braço-de-ferro de três meses para as partes fecharem um acordo em torno do aumento da dívida dos EUA. E afirmou que a dívida dos Estados Unidos continua a ser uma das mais seguras do mundo.

Face à forte queda das bolsas mundiais na primeira sessão depois do corte de rating, Obama disse: “Os mercados vão continuar a subir e a cair. Mas somos os Estados Unidos”. E assim foi: depois de Obama falar à nação, os mercados acentuaram as quedas. O índice tecnológico Nasdaq seguia a perder 5,826 por cento, enquanto o industrial caía mais 4,556 por cento.

Notícia actualizada às 19h53
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