Acordo entre Repsol e Sinopec no Brasil cria novo gigante e beneficia Galp

A Repsol e a Sinopec chegaram a acordo para a constituição de uma parceria no Brasil, por 5200 milhões de euros.

O negócio foi anunciado hoje de manhã, pouco antes da abertura dos mercados pela petrolífera espanhola, e um dos primeiros efeitos laterais do negócio parece ser o da valorização dos activos da Galp Energia também no Brasil, acreditam os operadores de mercado.

Na Bolsa de Lisboa, os títulos da Galp estão a subir desde o início da sessão. A meio da manhã, subiam 5,3 por cento.

A petrolífera espanhola, que é uma das maiores da Europa, e a Sinopec, que é a maior da China tanto no sector petrolífero como petroquímico, fecharam negócio para a entrada da chinesa na divisão da Repsol no Brasil. Através de um aumento de capital, a subscrever integralmente pela Sinopec, esta passa a ter 40 por cento do capital da Repsol Brasil, ficando a espanhola com o controlo. Os chineses pagarão 5200 milhões de euros e a empresa resultante está avaliada em 13 mil milhões de euros. A sua carteira de activos vale actualmente 7800 milhões de euros.

No Brasil, para além do esforço de investimento directo nos blocos petrolíferos da camada do pré-sal, a Galp tem também uma parceria com a Repsol, para desenvolver uma unidade de liquefacção de gás natural embarcada (GNLE) para operar em blocos na bacia de Santos, a 300 quilómetros da costa.

Esta unidade é considerada inovadora no mundo e uma das soluções tecnológicas do futuro para escoar o gás natural que deverá ser produzido à medida que for extraído o petróleo da camada do pré-sal. A instalação deverá receber cerca de 14 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. O projecto é liderado pela Petrobras, com 51 por cento, e os restantes 49 por cento estão distribuídos pela Galp, Repsol e grupo BG, tendo cada uma 16,3 por cento.

A imprensa espanhola sublinha que desta parceria vai nascer um novo “gigante energético na América Latina” e que a Repsol “encontrou o parceiro que procurava” e que “assegura o dinheiro necessário para explorar os campos petrolíferos em alto mar em que participa”, escreve o diário “El País” na sua edição online.

Em comunicado ao mercado, a Repsol declarou que os fundos vão-lhe permitir “enfrentar os investimentos necessários para o total desenvolvimento dos seus activos no Brasil, incluindo algumas das maiores descobertas do mundo, como as dos blocos de Guará e Carioca”, blocos off-shore do pré-sal, na Bacia de Campos, operadas pela Petrobrás.

A Repsol e a Sinopec, que tem projectos em mais de 20 países, manterão também os seus planos de expansão no Brasil e participação, conjunta ou separadamente, nas futuras rondas de licitação de blocos petrolíferos.

A operação espera agora aprovação das autoridades competentes.

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