Partilha de carros em Lisboa ainda só conquistou 28 clientes

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O Mob Carsharing pretende contribuir para a diminuição do número de automóveis particulares a circular em Lisboa PÚBLICO (arquivo)

O serviço de partilha de automóveis, lançado há quase dois meses pela Carris, ainda só conquistou 25 clientes particulares e três empresas, número muito distante dos 200 contratos que a empresa ambicionava celebrar até ao fim do ano.

O Mob Carsharing, que funciona como um serviço de aluguer de viaturas ligeiras durante curtos períodos, pretende contribuir para a diminuição do número de automóveis particulares a circular em Lisboa. A adesão ao serviço, que a Carris apresenta como um complemento à utilização dos transportes públicos, custa 55 euros e implica o pagamento de uma anuidade de 84 euros.

Para conquistar clientes, a empresa está a oferecer a anuidade aos primeiros 200 associados, numa campanha cujos resultados têm sido diminutos. "Os contratos estão alinhados com aquilo que esperávamos", começa por dizer o gerente executivo da Carristur (empresa participada da Carris), para depois admitir que até ao final de 2008 a meta traçada era celebrar já duas centenas de contratos.

"É um desafio ousado", admite António Proença, acrescentando que "o ritmo" de adesão a uma iniciativa destas "é um bocadinho lento, sobretudo no arranque", até porque "o melhor promotor é o próprio cliente". Já os contactos para saber como funciona o Mob Carsharing, sublinha o gestor executivo da Carristur, têm sido "imensos", havendo "muitas pessoas surpreendidas com a ideia".

Alternativa ao táxi

Um dos primeiros clientes do serviço foi Luís Quaresma, que já recorreu ao Mob Carsharing "três ou quatro vezes", sempre com o objectivo de se deslocar entre o Parque das Nações e Sacavém, onde estão instalados os dois edifícios da empresa em que trabalha. "É conveniente porque o parque está mesmo aqui ao lado", explica o engenheiro, que levanta e depois entrega as viaturas na Expo, um dos cinco locais na cidade onde a Carris disponibiliza viaturas.

Questionado sobre o custo do serviço, calculado em função dos quilómetros percorridos e do número de horas de utilização, Luís Quaresma diz que aderiu "porque estão a oferecer a anuidade" e sublinha que "tem de se ver bem em que situações é que compensa". "Não é muito prático para se estar o dia todo", diz o engenheiro de 37 anos, defendendo que é benéfico recorrer ao Mob Carsharing "para deslocações curtas onde a única alternativa é o táxi".

Recentemente encartado, Fábio Viegas, com 20 anos, vê no serviço "uma forma de começar a praticar" enquanto não tem possibilidade de adquirir um automóvel. O operador de caixa num hipermercado considera que esta é uma boa solução para utilizar em zonas mal servidas de transportes públicos.

Tanto Fábio Viegas como Luís Quaresma destacam a simplicidade da utilização do Mob Carsharing. Depois de feita a adesão ao serviço, o que implica a posse do cartão Lisboa Viva, basta reservar por telefone ou pela Internet um veículo para um determinado dia e hora, indicando em qual dos parques disponíveis se quer fazer o levantamento. Depois é só dirigir-se ao local, passar o cartão num leitor colocado no automóvel e as portas são automaticamente destrancadas.

Duplicação da oferta até Março de 2009

Até ao final de Março do próximo ano, a Carristur prevê que os clientes do Mob Carsharing possam levantar e entregar os veículos em mais 13 outros locais da cidade de Lisboa.

Actualmente, o serviço de Carsharing está disponível no Parque das Nações, Saldanha, Rua Alexandre Herculano, no bairro de Campo de Ourique e também no Campo Pequeno, em parques de estacionamento já existentes e onde a empresa alugou e identificou alguns lugares para o efeito.

No futuro, esta lista de locais de tomada e largada de viaturas passará a incluir parques no Cais do Sodré, Alcântara, Amoreiras, Avenida de Roma, Estrada da Luz, Bairro Alto, Lumiar, Miraflores, Olivais, Rato, Praça do Príncipe Real, Santos e Telheiras.

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