Solução para Castelo de Paiva passa pelo turismo

Ministro da Economia pediu ajuda à API para o projecto que vai colocar desempregados da C. & J. Clark

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Carlos Tavares foi ao Parlamento a pedido do PCP Daniel Rocha/PÚBLICO

"A solução para [os desempregados da C. & J. Clark de] Castelo de Paiva vai passar pelo sector do turismo" e contará com o apoio da Agência Portuguesa para o Investimento (API).

A garantia foi dada pelo ministro da Economia na comissão de Economia e Finanças, que reuniu ontem após um pedido de audição do PCP sobre a deslocalização de empresas estrangeiras em Portugal. O pretexto foi o recente e mediático fecho da unidade fabril multinacional inglesa de calçado em Castelo de Paiva, que colocou no desemprego 588 trabalhadores.

Também ontem, o secretário de Estado do Emprego deslocou-se a Castelo de Paiva onde revelou à Lusa que, "a curto prazo", serão criados 200 postos de trabalho, decorrentes da solução tripartida encontrada pelos ministérios da Economia e Segurança Social e a câmara de Castelo de Paiva e que passa pela criação de um ninho de empresas, um pólo de formação profissional, um balcão de atendimento do instituto de Emprego e uma Unidade de Inserção na Vida Activa. Os 200 empregos referem-se apenas à fase inicial. Pais Antunes explicou que a solução global deverá gerar entre 350 a 400 empregos. "Equacionamos, também, soluções que garantam emprego a médio e longo prazo", afirmou à Lusa o governante, referindo-se ao projecto turístico avançado pelo ministro. Entretanto, a API continua a tentar encontrar um investidor para a unidade do grupo Clarks.

Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, o projecto mencionado por Carlos Tavares não tem nada a haver com um complexo turístico para aquela região que está a ser construído pela Ribeinor Imobiliária, empresa familiar liderada por José Alberto Amorim, nos mais de 20 hectares onde funcionaram as minas do Pejão, situados em Germunde (Pedorido). Este projecto prevê a construção de um empreendimento que contempla um hotel, campos de ténis, piscinas e outras infra-estruturas. As 17 casas de mineiros, por sua vez, serão restauradas e transformadas em "bungalows", estando ainda previsto o aproveitamento das galerias de acesso às minas, que contam ainda com uma capela, para visitas turísticas.

Em declarações ao PÚBLICO, José Alberto Amorim explicou que o projecto sofreu "algum atraso, mas está a avançar", adiantando que não teve qualquer contacto com o ministério da Economia, apenas com a autarquia local. Quanto aos postos de trabalho que irá criar, adiantou "que, seguramente, serão umas dezenas".

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