Economia alemã dá sinais de quebra de confiança

Indicador de confiança empresarial cai mais do que o previsto, acentuando a ideia de que a maior economia do euro pode estar agora numa fase de abrandamento.

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Angela Merkel, líder do governo alemão Reuters/KAI PFAFFENBACH

Preocupados com os factores de incerteza que actualmente abalam a economia mundial, os empresários e gestores alemães revelaram em Outubro estar agora menos optimistas, naquele que é o mais recente sinal de que a maior economia europeia está agora a passar por uma fase de abrandamento.

O indicador Ifo de confiança empresarial na Alemanha registou, em Outubro, uma descida de 103,7 para 102,8 pontos, anunciou esta quinta-feira o instituto responsável pelo seu cálculo. O resultado ficou ligeiramente abaixo dos 103 pontos que eram, em média, a expectativa dos analistas inquiridos pela agência Reuters antes da divulgação dos resultados.

Na explicação dos resultados, Clemens Fuest, presidente do instituto Ifo, afirmou que “a crescente incerteza global está a ter o seu impacto na economia alemã”. Dúvidas em relação ao impacto das políticas comerciais mais proteccionistas e do Brexit são os factores que mais preocupam as empresas alemãs.

Nas respostas dadas e que servem para calcular este índice, foram os gestores do sector da indústria que revelaram um menor optimismo, devido especialmente à expectativa de uma continuação da redução das encomendas. No sector dos serviços, o optimismo é maior, apesar de ter agora também decrescido.

De notar contudo que a queda do indicador Ifo registada em Outubro não impede que este se mantenha num valor acima de 100 pontos, o que em termos históricos é ainda bastante positivo.

A divulgação do indicador Ifo acontece depois de, esta quarta-feira, se ter ficado a saber que o índice PMI para a Alemanha, que mede as expectativas de encomendas das empresas caiu para o seu valor mais baixo dos últimos 41 meses. Reforça-se assim a ideia de que a economia alemã poderá estar a entrar numa fase descendente do ciclo.

O governo alemão, na sua proposta de orçamento para 2019, corrigiu em baixa as suas projecções de crescimento tanto para este ano como para o próximo, apontando agora para uma variação do PIB de 1,8% em 2018 e 2019.

Este desempenho mais fraco da maior economia da zona euro será um dos factores a ser considerado pelos responsáveis do Banco Central Europeu na sua reunião desta quinta-feira, quando voltarem a discutir o ritmo a que pretendem retirar os estímulos monetários que têm vindo a oferecer nos últimos anos.  

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