Trump pediu ao Pentágono uma parada militar em Washington

Presidente dos EUA inspira-se no exemplo francês.

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O líder norte-americano quer reproduzir a parada militar do dia da Bastilha, em França Reuters/YURI GRIPAS

Soldados a marchar, tanques a desfilar e aviões militares a pintarem os céus de Washington com as cores da bandeira norte-americana. O cenário pode concretizar-se em breve em Washington, uma vez que Donald Trump pediu ao Pentágono para organizar uma parada militar na capital norte-americana, com o propósito de exibir o poder militar do país e cultivar a imagem do comandante-chefe dos EUA, avançou o Washington Post na terça-feira à noite.

O pedido foi feito numa reunião com o Pentágono, a 18 de Janeiro, acrescenta a Reuters. No encontro, onde estiveram o secretário de Defesa, Jim Mattis, e o chefe do Estado-maior norte-americano, o general Joseph Dunford, o Presidente dos EUA ter-se-á mostrado impressionado com o desfile militar francês que viu no 14 de Julho, o Dia Nacional em França, que celebra a tomada da Bastilha, ponto de viragem na revolução francesa. É a mais antiga e a maior parada militar na Europa.

Trump pediu “uma parada igual” à organizada todos os anos nos Campos Elísios, em Paris, e à qual assistiu ao lado do Presidente francês, Emmanuel Macron. Ficou impressionado e foi peremptório. “Vamos ter de experimentar também e fazer ainda melhor”, disse, segundo a BBC.

A notícia foi confirmada pelo Pentágono e pela Casa Branca, que ressalva, no entanto, que a ideia está ainda numa fase de discussões e que nada de concreto foi para já decidido.

“O Presidente Trump é um forte apoiante dos elementos das Forças Armadas da América, que arriscam as suas vidas todos os dias para manter o país seguro. Ele pediu ao Departamento de Defesa para considerar uma celebração em que todos os americanos possam mostrar o seu orgulho”, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

Nas redes sociais, não tardaram as comparações entre Trump e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, criticando as tendências autoritários do norte-americano.

Uma das reprovações chegou de Richard Painter, advogado da Casa Branca durante a Administração de George W. Bush, que não deixou escapar a comparação com a Rússia e aos “traidores que não batem palmas ao discurso do querido líder”, referindo-se às críticas de Donald Trump aos democratas que não aplaudiram o seu discurso do Estado da Nação.

Trump, que não esconde a admiração pelas Forças Armadas – são uma das principais prioridades de financiamento da sua Administração – foi dispensado do recrutamento militar durante o período da Guerra do Vietname por questões médicas. Não tem, porém, quaisquer antecedentes médicos e, aos 71 anos, gosta de repetir que a sua saúde é “excelente”, uma avaliação atestada recentemente através de um relatório médico.

A última parada militar nos Estados Unidos foi há quase 27 anos, em Junho de 1991. Nessa altura, o inquilino da Casa Branca era George Bush e festejava-se a vitória na Guerra do Golfo, travada entre os EUA e o Iraque, contra as forçadas armadas de Saddam Hussein. 

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