A América é “grande outra vez” e Guantánamo vai continuar aberta

O primeiro discurso do Estado da União do Presidente norte-americano não poupou elogios ao país e, claro, à sua Administração.

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"Nunca houve uma melhor altura para começar a viver o sonho americano", afirma Trump LUSA/WIN MCNAMEE / POOL

"Este é o nosso novo momento americano. Nunca houve melhor altura para começar a viver o american dream." Foi com estas palavras que Donald Trump fez a sua leitura sobre a actualidade dos Estados Unidos esta terça-feira, durante o discurso sobre o Estado da União, um relatório apresentado anualmente pelo Presidente dos EUA, na presença do Congresso.

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"Este é o nosso novo momento americano. Nunca houve melhor altura para começar a viver o american dream." Foi com estas palavras que Donald Trump fez a sua leitura sobre a actualidade dos Estados Unidos esta terça-feira, durante o discurso sobre o Estado da União, um relatório apresentado anualmente pelo Presidente dos EUA, na presença do Congresso.

Numa mensagem que se prolongou durante uma hora e vinte, afirmou que a sua administração estava a construir uma América “mais segura, forte e orgulhosa”. Reclamou para si vitórias na imigração, impostos, na diminuição do desemprego, subida nas bolsas, aumento dos salários e à maior vitória do seu primeiro ano de mandato: a aprovação de uma reforma do sistema fiscal. Reforçou ainda que tenciona manter aberta a prisão de alta segurança de Guantánamo, em Cuba.

De acordo com Trump, no último ano, e sob a sua guarda, foram criados 2,4 milhões de empregos que explicam um nível de desemprego nos 4,1%, ao nível mais baixo dos últimos "45 anos".

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Trump fez um discurso auto-congratulatório Joshua Roberts/REUTERS

Números que ainda assim não parecem ser suficientes para satisfazer os norte-americanos, uma vez que a maioria “desaprova fortemente” o Presidente. Trump tem a taxa de aprovação mais baixa de sempre, com apenas 39% dos norte-americanos a mostrarem-se satisfeitos com o seu desempenho no primeiro ano de mandato. Por comparação, Obama tinha uma taxa de aprovação de 49% no final do mesmo período.

Trump aproveitou o discurso para pedir união no Congresso e garantiu que iria “estender a mão aos democratas” para “proteger os “cidadãos de todas as origens, cores e crenças”, aludindo à sua intenção de aprovar um plano de reforma às leis sobre a imigração e a propósito do seu plano de investimento público em infra-estruturas – uma medida tendencionalmente popular entre os dois partidos, uma vez que permite criar emprego.

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“Estou a pedir a ambos os partidos que se unam para nos dar uma rede de infra-estruturas segura, rápida, de confiança e moderna que a nossa economia precisa e que as nossas pessoas merecem”, argumentou. “A América é uma nação de construtores. Construímos o Empire State Building em apenas um ano. Não é uma desgraça que agora demore dez anos para conseguir a licença para construir uma simples estrada?”

E, se houve ovações em pé, também houve apupos e assobios do lado dos democratas quando o Presidente dos EUA sublinhou a intenção de fortalecer a fronteira com o México e restringir um subsídio para os imigrantes legais trazerem as suas famílias para o país, como moeda de troca para a continuidade do programa de migração DACA (sigla original para Deferred Action for Childhood Arrivals – Acção Diferida para as Chegadas Durante a Infância).

Ainda na estratégia de “mão pesada”, o líder dos EUA comunicou a sua decisão de manter a prisão de alta segurança aberta, ao contrário do seu antecessor, Barack Obama, que tinha prometido o seu encerramento. “Os terroristas não são meros criminosos. São combatentes criminosos e inimigos. E, quando são capturados no estrangeiro, devem ser tratados como os terroristas são”, asseverou. “No passado, libertámos loucamente centenas de terroristas perigosos apenas para os encontrar novamente no campo de batalha", acrescentou, dando como exemplo o líder do grupo do Daesh, Abu Bakr al-Baghdadi, que estava sob custódia dos EUA no Iraque, criticando a decisão de Obama

A segurança interna também não foi esquecida por Trump pediu mais financiamento para as Forças Armadas e sublinhou a importância de "modernizar e reconstruir" o arsenal nuclear americano para "impedir qualquer acto de agressão".