"Vai ser uma grande greve". Trabalhadores da Autoeuropa mantêm paralisação de quarta-feira

Em causa estão os novos horários propostos pela administração da fábrica da Volkswagen, que torna obrigatório trabalhar aos sábados.

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DANIEL ROCHA/Arquivo

Os trabalhadores da Autoeuropa anunciaram esta segunda-feira que vão manter a paralisação marcada para a próxima quarta-feira. Em causa, está a alteração dos horários, tornando obrigatório o trabalho aos sábados, durante dois anos.

“Na sequência do referendo de 18 de Julho [os trabalhadores] mantêm a rejeição destes horários de trabalho que a administração pretende impor”, referiu à SIC o responsável da Federação dos Sindicatos das Indústrias, Rogério Silva.

Para este sindicalista, os horários “prejudicam a saúde dos trabalhadores” e “colocam em causa a produtividade da empresa”.

“Estamos confiantes que vai ser uma grande greve”, rematou Rogério Silva, sublinhando que a administração terá de “interpretar o que é o sentimento generalizado dos trabalhadores, que não querem este tipo de horários”.

O plenário entre os trabalhadores, que se realizou durante a manhã desta segunda-feira, “foi um grande plenário, de enorme afirmação, união e solidariedade”. Para esta tarde, está marcado uma nova reunião para a preparação da greve que irá paralisar a fábrica da Volkswagen em Palmela, Setúbal.

Em declarações à Lusa Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Ambiente do Sul, referiu que, caso a empresa não altere a sua posição, poderá ser agendada “mais para a frente”, uma nova reunião para “discutir outras formas de luta se for necessário”.

O sindicalista referiu ainda que não acredita que questões laborais levem à transferência da produção do novo modelo T-Roc para outro local.

No final do mês de Julho, a Comissão dos Trabalhadores da empresa convocou a greve, após a administração anunciar a alteração dos horários de forma a assegurar a produção do novo modelo. Até ao final de Dezembro, está prevista a produção de 28.000 unidades, que representarão 24% das exportações da fábrica. 

Esta situação levou a Autoeuropa a optar por um sexto dia de produção e a contratar 2000 colaboradores, dos quais 750 serão para a implementação de mais um dia de produção.

Na quinta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) informou que se vai juntar à greve. 

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