António Costa sobre o Porto: “Amigo não deve empatar amigo”

Líder do PS nega ter intervindo na decisão de avançar com uma candidatura própria e garante que o partido “não mudou em 24 horas” a avaliação que faz do mandato de Rui Moreira.

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António Costa, secretário-geral do PS comenta situação no Porto LUSA/JULIEN WARNAND

Passavam poucos minutos das 14h30 quando António Costa chegou, a pé, pelo jardim do Parque Eduardo VII, ao Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, onde se inicia a Convenção Nacional Autárquica do PS. Acompanhado por Ana Catarina Mendes, a secretária-geral adjunta que, ao admitir que uma vitória de Rui Moreira no Porto seria também uma vitória socialista, levou a candidatura do autarca do Porto a declinar o apoio do PS.

A chegada dos dois, em conjunto, não foi uma coincidência. Era sobre o Porto que António Costa queria falar, à entrada na convenção. Sorridente, gracejando, o secretário-geral começou por “saudar o doutor Manuel Pizarro e a concelhia do Porto pela decisão que tomou”. Uma decisão, esclareceu, que é “exclusiva da estrutura concelhia”. “A direcção do partido só intervém quando há situações de conflito”, acrescentou, considerando “absolutamente falsa” a informação de que terá sido António Costa a forçar a candidatura do PS, após a expressão de incómodo de Rui Moreira.

O tom da nova estratégia autárquica para o Porto, depois deste inesperado volte-face, está dada:  “Amigo não deve empatar amigo. Nós não queremos ser indesejados em parte nenhuma.”

Ou seja, o PS não renega o passado recente, nem a avaliação positiva que fazia do primeiro mandato de Moreira. “Não mudamos em 24 horas o nosso pensamento.” Foi um mandato em que Moreira, com o PS, desenvolveu “um trabalho de grande qualidade”, elogiou Costa. O PS, garante foi sempre “leal”. Por isso, o partido resolveu desde cedo apoiar Moreira para um segundo mandato. “Foi um apoio unilateral sem negociar lugares, nem posições nas listas”, frisou. Mas, ontem, esse apoio tornou-se indesejado... “O PS não se impõe onde não é desejado”, concluiu Costa.

Lá dentro, na sala onde decorre a convenção, esta tarde de sábado, quando António Costa acabava de desdramatizar uma ruptura municipal,  passava uma música bem portuense, o Cavaleiro Andante de Rui Veloso: “Podes vir chorar no peito...”

A Passos Coelho, que ontem à noite disse ", Costa respondeu, apenas. "Ao doutor Passos Coelho desejo as maiores felicidades".

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