Passos Coelho: "Não corremos o risco de ver enxotado o nosso apoio a um presidente de câmara"

Líder do PSD reforçou, em Castelo Branco, que o partido encara as eleições autárquicas com ambição nas suas candidaturas.

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Em Castelo Branco, Passos Coelho apresentou o candidato do PSD à cãmara LUSA/ANTÓNIO JOSÉ
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Passos aproveitou para cumprimentar militantes do partido LUSA/ANTÓNIO JOSÉ
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O líder do PSD não perdeu a oportunidade para se referir ao imbróglio PS-Porto/Rui Moreira LUSA/ANTÓNIO JOSÉ

Crescimento do país, agenda reformista, integração europeia, procedimento por défice excessivo e, claro, autárquicas. No dia em que Rui Moreira e o PS se zangaram no Porto, Pedro Passos Coelho não podia deixar de falar de eleições autárquicas. Foi em Castelo Branco, na apresentação da candidatura de Carlos Almeida, que o antigo primeiro-ministro aproveitou para lançar farpas ao PS. “Nós não corremos o risco de ver enxotado o nosso apoio a um presidente de câmara", disse. "Como se os partidos fizessem mal aos independentes”.

Passos Coelho referia-se à confusão gerada no Porto, com Rui Moreira (zangado por causa das declarações de Ana Catarina Mendes, secretária-geral dos scoialistas) a dispensar coligações informais com partidos, deixando o PS numa situação insólita na segunda principal câmara do país. O PSD pode optar por convidar bons independentes para integrar as suas listas ou concorrer com os próprios candidatos, porque tem “gente muito bem preparada" para o combate, defendeu Passos, insistindo que "nunca há eleições democráticas decididas" antes do dia de ir às urnas.

"O PSD apresenta-se de forma competitiva, com a melhor escolha e com bom programa para cada terra. Faz sempre um combate leal e prestará sempre um bom serviço, se assim for a vontade dos eleitores”, acrescentou Passos Coelho, para quem o partido mantém a ambição nas suas candidaturas. "Nós não fazemos só as coisas fáceis, fazemos o difícil e mostramos a nossa fibra e fazemos as coisas como deve ser”, disse.

Agenda reformista

 A mensagem que Pedro Passos Coelho queria mesmo enviar a quem o estava a ouvir tinha a ver com autárquicas, mas não só. No seu discurso, o social-democrata inistiu que “portugal precisa de uma agenda reformista que impulsione o País a crescer mais" e que "aproveite as vantagens da União Europeia” porque o PSD não desconfia da Europa.

Para não deixar os créditos em mãos alheias, Passos Coelho lembrou o contributo do PSD para que Portugal estivesse mais próximo da saída do Procedimento por Défices Excessivos e de ter melhor rating. “Demos um contributo muito certo para que as contas estivessem bem. Hoje, estamos muito satisfeitos por estarmos mais próximos do equilíbrio orçamental (...). Não criticamos a intenção de ter contas certas. Mas esse equilíbrio deve ser usado como instrumento para promover o crescimento do país”, defendeu Passos.

O líder do PSD recordou ainda que quando chegou ao governo, em 2011, o PSD encontrou um défice de 11%, deixando um défice de 3% no fim do mandato. Agora, que as “contas estão mais equilibradas, e era suposto termos melhores condições para um desenvolvimento que crie emprego e crescimento, o que vemos não é o desejado: nunca tivemos tanta gente a ganhar o ordenado mínimo, o Estado nunca esteve tão à míngua de dinheiro, as dívidas dos hospitais cresceram 29% nos primeiros 3 meses do ano. Agora que era tempo de apostar no futuro, o que existe é uma espécie de autossatisfação por não termos outro resgate.”

 “A falta de ambição mora no Governo”, acusou o líder da oposição. E avisou: "Espero que não estraguem algumas taxas de juro que temos vindo a conseguir com as conversas de reestruturação da dívida.”

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