Costa admite que há sectores que poderão ser afectados pelo TTIP

Governo disponível para audição no parlamento sobre o acordo.

Foto
Enric Vives Rubio

O Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP na sigla inglesa) é uma das “preocupações” para o PCP e foi Jerónimo de Sousa quem, no debate desta sexta-feira no parlamento, questionou o primeiro-ministro sobre as “ameaças” do tratado para alguma produção nacional. António Costa disse que “está disponível para debater o Tratado Transatlântico” e que, para alguns sectores, os termos em que foram colocados na negociação não poderão ser aceites pela União Europeia.

O que quer isto dizer? Diz o primeiro-ministro que “os serviços públicos estão fora do tratado” e que a Comissão Europeia não pode aceitar que se ponham em causa o ambiente, a segurança alimentar ou a saúde pública, nomeadamente, no que concerne aos organismos geneticamente modificados. Se os sectores do vinho ou do azeite podem vir a beneficiar da TTIP, outros, como o do processado de tomate, poderão sofrer com a maior concorrência, nomeadamente por parte da Califórnia, lembrou Costa no debate.

O líder do PCP Jerónimo de Sousa considerou que o Tratado está a ser “negociado sigilosamente” e que há “sérias ameaças para a indústria transformadora e agro-alimentar”. Para serenar o parceiro de coligação, Costa defendeu que “é muito importante que a Assembleia da República acompanhe esta negociação” e por isso garantiu que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, está disponível para uma audição no parlamento sobre o Tratado, onde o Governo possa desenvolver toda a informação sobre esta negociação.

Sugerir correcção
Comentar