“Em Lisboa não recuamos perante as dificuldades”, diz novo presidente da câmara

Duarte Cordeiro vai ser o vice-presidente de Fernando Medina e os Cidadãos por Lisboa passam a ter três vereadores, com a entrada no executivo de João Paulo Saraiva

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Medina substituiu António Costa à frente da Câmara de Lisboa Miguel Manso
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O novo presidente da Câmara de Lisboa diz que agora que a casa está “arrumada” é tempo de “fazer mais e melhor”, apontando como “ambições” a criação de emprego e a “construção de uma melhor cidade”. Na tomada de posse que se realizou esta segunda-feira, Fernando Medina anunciou ainda o lançamento de “um vasto programa de habitação”, através do qual “cinco mil famílias da classe média” poderão regressar à cidade, com “uma renda abaixo do salário mínimo nacional”.

“Em Lisboa nós não desistimos. Em Lisboa nós não recuamos perante as dificuldades da conjuntura”, afirmou o autarca socialista, numa declaração que lhe valeu uma longa salva de palmas da assistência. “Não descansaremos até que todos tenham acesso ao mínimo de uma sociedade decente”, acrescentou Fernando Medina, garantindo que o lançamento de “uma nova geração de políticas públicas de habitação”, “em parceria com a administração central e com o sector privado”, será “uma prioridade” neste mandato.

Segundo o PÚBLICO apurou, o socialista Duarte Cordeiro, que tem hoje os pelouros da Higiene Urbana e das Estruturas de Proximidade, será o novo vice-presidente do município. No executivo entrará João Paulo Saraiva, dos Cidadãos por Lisboa, que vai assumir o pelouro das Finanças, que até aqui estava nas mãos de Fernando Medina.

Tal como já tinha acontecido na despedida de António Costa como presidente da câmara, o Salão Nobre dos Paços do Concelho encheu-se para a passagem de testemunho a Fernando Medina, que foi selada entre os dois com abraços, palmadinhas nas costas, sorrisos e uma breve troca de palavras. Na primeira fila estavam convidados ilustres, como os ex-presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio, o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, o ex-reitor Sampaio da Nóvoa, e também a social-democrata Marina Ferreira, que preside à Administração do Porto de Lisboa.

No seu discurso de vinte páginas, Fernando Medina, que entrou na câmara como vice-presidente nas eleições autárquicas de 2013, disse que assume a presidência da autarquia com “a energia, a vontade e a determinação de tudo fazer para servir Lisboa e os lisboetas” e “com enorme alegria”. “Mas faço-o também com um sentimento de profunda humildade”, acrescentou, sublinhando o peso de “suceder a um presidente tão marcante na vida da nossa cidade”.

“António Costa teve a arte de lançar e concretizar uma nova visão sobre a cidade. Congregou vontades e mobilizou energias de muitos”, afirmou o autarca socialista, que distribuiu também elogios à presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e a dois dos vereadores do executivo camarário. A Helena Roseta gabou “o sentido de serviço público e o exemplo de cidadania”, a José Sá Fernandes “a determinação e a alegria” e a Manuel Salgado “a visão”, classificando-o como “o arquitecto mais marcante das últimas décadas da cidade”.

Repetindo a expressão que tinha sido usada pelo seu antecessor na hora da despedida, Fernando Medina disse que agora que está “a casa arrumada (...) é tempo de uma nova ambição”. “Uma ambição de mais e melhor emprego”, através de “aliança estratégica com os sectores mais dinâmicos e modernos da cidade”, mas também de “construção de uma melhor cidade”, “mais reabilitada” e com “melhores serviços públicos, melhor limpeza, melhores pavimentos, menos desmazelo no espaço público e mais protegida das cheias”.

E tudo isso, assegurou, será feito “sem abdicar do princípio do bom Governo: manter as contas em ordem, pagar a tempo e horas, reduzir a dívida”. “Gerir com rigor e com prudência os recursos que são de todos é uma marca de que não abdicamos”, frisou Fernando Medina, acrescentando que “até ao final do mandato” a câmara será “uma instituição capaz de pagar a pronto aos seus fornecedores”.

Do seu discurso ficou também claro que há pelo menos duas lutas que o autarca não abdica de travar com o Governo: uma contra a extinção do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), uma “disposição absurda da Lei das Finanças Locais”, e outra pela “gestão municipal” da Carris e do Metropolitano de Lisboa. Quanto à concessão da linha ferroviária de Cascais, o presidente da câmara adiantou que será “igualmente intransigente”, não abdicando da ligação à linha de cintura e da resolução do atravessamento na zona Belém-Alcântara.  

Na reunião camarária marcada para quarta-feira deverá ser conhecida a redistribuição final de pelouros entre os 11 eleitos da maioria. O PÚBLICO já confirmou que as Finanças ficarão nas mãos de João Paulo Saraiva, um elemento dos Cidadãos por Lisboa com 47 anos. Em declarações aos jornalistas no fim da cerimónia de tomada de posse, o futuro vereador adiantou que conhece o novo presidente “há muitos anos”, uma vez que se cruzaram “no movimento associativo”, quando Medina estava no Porto e Saraiva em Coimbra.

Com a entrada de João Paulo Saraiva no executivo, o movimento encabeçado por Helena Roseta passa a ter três vereadores. Questionado sobre se isto significa um reforço do poder dos Cidadãos por Lisboa, o futuro vereador, que reconheceu que irá assumir “um pelouro desafiante”, preferiu dizer que “a coligação fica reforçada”.  

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