Juncker apela à criação de exército europeu

"Um exército comum faria compreender à Rússia que falamos a sério quando se trata de defender os valores da União Europeia”, disse o presidente da Comissão.

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Presidente da Comissão sublinha que não se trata de reduzir o papel da NATO FREDERICK FLORIN/AFP

O presidente da Comissão Europeia apelou, neste domingo, à criação de um exército europeu. Ao fazer a proposta, Jean-Claude Juncker teve presentes as relações cada vez mais tensas com a Rússia, por causa da Ucrânia.

Essa força militar permitiria enfrentar as ameaças às fronteiras da União Europeia e defender os seu “valores”, declarou, numa entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag.

“Não criaríamos um exército europeu para o utilizar no imediato. Mas um exército comum a todos os europeus faria compreender à Rússia que falamos a sério quando se trata de defender os valores da União Europeia (UE)”, disse.

Uma força comum aos 28 países da união permitiria também reduzir despesas militares e favorecer a integração militar dos países. “Um tal exército ajudar-nos-ia a montar uma política externa e de segurança comum”, acrescentou Juncker.

“Um exército conjunto da UE mostraria ao mundo que não haveria nunca mais uma guerra entre países da  EU”, disse também.

Juncker sublinhou que não se trata de reduzir o papel da NATO, organização militar de que fazem parte países que não pertencem à UE.

A ideia não agradará aos que, como o Reino Unido, se opõem a uma maior integração europeia. Mas foi bem acolhida pela Alemanha. “O nosso futuro, enquanto europeus, passará um dia por um exército europeu”, reagiu, num comunicado, a ministra da Defesa de Berlim, Ursula von der Leyen, que afastou um tal cenário “a curto prazo”.

No mês passado, a ministra tinha já declarado, segundo a agência alemã DPA, estar certa de que os seus netos conhecerão os “Estados Unidos da Europa”, com o seu próprio exército.

O Welt am Sonntag noticiou também que o antigo secretário-geral da NATO Javier Solana deverá apresentar na segunda-feira em Bruxelas um relatório sobre uma nova estratégia de defesa europeia, apelando a um reforço da capacidade militar de intervir fora das fronteiras da UE.
 

  

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