Uma semana depois da reeleição de Dilma, brasileiros saem à rua para pedir a sua saída

Protesto em São Paulo contestou ainda o Partido dos Trabalhadores e pediu o "impeachment" da Presidente.

Uma mulher grita durante os protestos de sábado
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Uma mulher grita durante os protestos de sábado Miguel SCHINCARIOL/afp
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Os protestos de sábado em São Paulo Miguel SCHINCARIOL/afp
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Os protestos de sábado em São Paulo Miguel SCHINCARIOL/afp
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Uma semana depois da reeleição, Dilma Rousseff foi o alvo de uma manifestação que, no sábado, chegou a parar o trânsito na principal artéria de São Paulo. Entre 2500 e 1500 pessoas estiveram na avenida Paulista para protestar contra a corrupção e para exigir a saída da Presidente.

Os manifestantes, vestidos com as cores e bandeiras brasileiras, seguravam cartazes em que pediam “Impeachment [destituição] já”, que denunciavam “Fraude nas urnas” ou que se limitavam a mandar “Dilma fora”. Estas manifestações começaram a ser convocadas através do Facebook logo a seguir à reeleição da Presidente, com apelos à destituição, por causa do seu alegado conhecimento do esquema de corrupção na estatal Petrobras – baptizado como Petrolão. Na região Sul e Sudeste, que votou em Aécio, houve mesmo apelos à separação do resto do país, nomeadamente do Nordeste, que votou em peso na Presidente do Partido dos Trabalhadores.

A contestação não era apenas dirigida à Presidente reeleita por 51,6% dos votos nas presidenciais da semana passada, mas também ao seu Partido dos Trabalhadores e ao seu antecessor, o outrora popular Lula da Silva. “CorruPTos fora”, destacando a sigla do partido, “ladrões” ou “imprensa livre” eram algumas das mensagens que também podiam ser lidas nos cartazes dos manifestantes que se reuniram sábado à tarde depois de uma convocatória feita no Facebook.

“Dilma endividou o país e colocou a economia em recessão. É por isso que estou aqui”, disse à AFP Marlon Laube, economista de 31 anos. Segundo a imprensa local, noutras cidades brasileiras realizaram-se em simultâneo outros protestos contra Rousseff, de menor dimensão.

A agência AFP relata ainda que foram ouvidos vários gritos contra o comunismo e contra Cuba, mas também pedidos para uma intervenção militar. “Isso não é a mesma coisa que um golpe de Estado”, defendeu à agência o empresário Carlos Cabala, de 50 anos. “Com uma intervenção [do Exército], os militares imporiam a ordem.”

“Estamos aqui para mostrar a nossa rejeição do PT”, disse Maria Lúcia Monteiro, professora de 61 anos, à AFP. “Exigimos o impeachment de Dilma.” A Polícia Militar indicou à agência noticiosa que estiveram presentes cerca de 2500 pessoas, mas a mesma fonte citada pelo diário O Globo apontou para apenas 1500 manifestantes.

De acordo com O Globo, os manifestantes começaram a reunir-se cerca das 14h na Avenida Paulista frente ao MASP (o conhecido Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) e chegaram mesmo a parar o trânsito por alguns momentos. A manifestação, que tinha como destino o edifício da Assembleia Legislativa, junto ao Parque Ibirapuera, acabou por condicionar o trânsito no seu caminho em alguns outros pontos. O grupo, que foi sempre acompanhado por um dispositivo policial, desmobilizou cerca das 18h locais.

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