Moscovo diz que redução do rating tem “motivações políticas”

Standard & Poor's reduziu a notação de crédito da Rússia para “lixo”.

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Vladimir Putin, presidente da Rússia. Reuters (Ria Novosti)

A decisão da agência norte-americana Standard & Poor's, que na segunda-feira baixou o rating da dívida soberana da Rússia para um nível considerado “lixo”, teve “motivações políticas” e muito pouco a ver com as condições da economia, garantiu o porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin.

“[As decisões de notação] são politicamente motivadas, e consequentemente, as empresas sensatas não devem tê-las em consideração, porque não reflectem a situação real”, reagiu Dmitry Peskov, citado pela AFP.

A Standard & Poor's baixou a nota da Rússia para BB+, tornando-se a primeira agência de notação financeira a colocar o país na categoria dos que têm dívidas soberanas consideradas especulativas ou, no jargão financeiro, “lixo”.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Vassili Nebenzia, reagiu de forma mais violenta. “O facto de a decisão ter sido tomada agora não é surpreendente. Por uma coincidência estranha, corresponde a uma nova vaga de histeria anti-Rússia”, disse o responsável à agência Ria Novosti, citado pela AFP. “Não tenho qualquer dúvida do facto de ter sido tomada não por sugestão mas sob ordem directa de Washington", acrescentou.

A agência justifica a redução do rating com as dificuldades da Rússia em impulsionar o crescimento económico, devido às sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa e à queda dos preços do petróleo. "A redução reflecte a nossa visão que a flexibilidade da política monetária russa tornou-se limitada e as suas perspectivas de crescimento económico enfraqueceram”, justifica a Standard & Poor's no comunicado divulgado na segunda-feira.

A decisão surge numa altura em que Washington e Bruxelas ameaçam Moscovo com novas sanções económicas pelo seu apoio aos separatistas pró-russos no Leste da Ucrânia, onde este fim-de-semana voltou a haver confrontos violentos.

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