José Mello vende 2,59% da EDP

Grupo reduz a participação na empresa para 2% e deixa de ser o maior accionista português.

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O "Plano EDP Continente" esteve em vigor até ao final de 2012 PAULO PIMENTA

O grupo José de Mello vai deixar de ser o maior accionista português da EDP. O grupo anunciou esta quinta-feira que vai vender 2,59% do capital da empresa liderada por António Mexia, reduzindo a sua participação para apenas 2%.

Com esta alienação, comunicada através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo vai passar a ser o segundo maior accionista português na companhia, com uma participação que fica abaixo dos 2,6% que são detidos pelo Millennium BCP. A nível geral, era o quarto maior accionista, mas vai passar, após a operação, para o fim da lista, a par da Blackrock (com 2%).

A venda das acções será feita através de uma operação privada denominada accelerated bookbuilding, que consiste na disponibilização, de forma rápida, das acções a investidores institucionais, comprometendo-se a José de Mello a manter a participação não alienada na sua posse, pelo menos, durante 90 dias.

Os resultados da venda serão anunciados sexta-feira, data prevista para a operação. Se o preço acertado correspondesse ao valor de fecho das acções da EDP nesta quinta-feira, o encaixe para a José de Mello seria ligeiramente superior a 310 milhões de euros.

Com presença na rodovia (Brisa), imobiliário, saúde e indústria (CUF e Efacec), o grupo José de Mello está há oito anos na companhia energética e já chegou a deter 6% das acções.

EDP em mudanças
A empresa liderada por António Mexia tem vindo a sofrer várias alterações na sua estrutura accionista de referência. A Iberdrola, que chegou a ter quase 10%, tem agora apenas 1,58% da EDP, após, no dia 31 de Março, ter alienado fora do mercado 1,26% do capital, deixando assim de ter uma posição qualificada (2% ou mais). Nesse mesmo mês, o fundo de investimento norte-americano Capital Group anunciou que já dominava 10,13% da EDP, através de várias sociedades.

Semanas antes, em Fevereiro, foi a vez do banco central da Noruega comunicar o reforço da sua posição, que está agora nos 2,23%. Já em Janeiro, o BES passou a deter uma posição residual, e, neste momento, tem apenas 0,05% da eléctrica.

Olhando para a actual estrutura, a China Three Gorges mantém-se  como maior accionista com 21,35%, seguindo-se a Capital Group (10,13%) e a espanhola Oppidum, com 7,19%. A Oppidum resulta de uma aliança formada pelo grupo Masaveu e pelo Liberbank (ex-CajAstur). Esta empresa é controlada a 52,9% pelo grupo Masaveu, onde se destaca o nome do empresário Fernando Masaveu Herrero.

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