Não há favoritos nos nomeados para os Grammys

Na cerimónia da noite passada, saiu apenas uma certeza: os The Who ganharão um Grammy quando forem anunciados os vencedores. Quanto aos restantes, é difícil prever quem está na frente da corrida

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Frank Ocean está nomeado em seis categorias DR

A apresentação dos nomeados para os Grammys 2013 não mostrou uma tendência clara. Dispersar parece ser a regra ditada pela votação dos 13 mil membros do júri, formado por representantes da indústria musical americana. Mumford & Sons, fun., Frank Ocean, Jay-Z, Kanye West e Dan Auerbach, dos Black Keys, contam seis nomeações cada. Madonna e Justin Bieber são uma ruidosa ausência

Em Fevereiro deste ano o "furacão" Adele varreu tudo à sua passagem. Foi dela a última cerimónia dos Grammys. Em 2013, a julgar pelas nomeações conhecidas ontem, não haverá um nome consensual entre os membros da indústria musical americana votantes nos Grammys. A cerimónia de apresentação dos nomeados, que teve lugar ontem, em Nashville, foi revelando uma grande dispersão. Há seis nomes com seis nomeações: Mumford & Sons, fun., Frank Ocean, Jay-Z, Kanye West e Dan Auerbach, que junta às cinco nomeações dos seus Black Keys uma para melhor produtor (por álbuns como Locked Down, o miraculo regresso de Dr. John).

Numa cerimónia conduzida por LL Cool J, ícone hip hop, e Talor Swift, jovem estrela da pop travestida de country, foram apresentadas as centenas de nomeados para as 81 categorias, que premeiam música gravada entre 1 de Outubro de 2011 e 30 de Setembro de 2012. Vencedor anunciado para a cerimónia do próximo dia 10 de Fevereiro no Staples Center em Los Angeles, apenas um. Os The Who, que receberão um Grammy honorário pelo conjunto da sua carreira. Quanto ao resto, todas as apostas são arriscadas. Nas categorias mais nobres, o tempo parece ser de regresso a uma certa ideia de rock, contaminada pela bem-vinda intrusão de Frank Ocean, autor de um dos álbuns mais celebrados de 2012. Nas nomeações para Álbum do Ano encontramos os Black Keys (El Camino), Jack White (Blunderbuss), Mumford & Sons (Babel), fun. (Some nights) e Frank Ocean (Channel Orange). Na categoria Gravação do Ano, na prática o single do ano, repetem Black Keys (Lonely boy), fun. (We are young, com a participação de Janelle Monáe) e Frank Ocean (Thinkin’ bout you), que surgem ao lado de Kelly Clarkson (Stronger (what doesnt’t kill you)) e Gotye (Somebody that I used to know, gravado com Kimbra).

Os fun., omnipresentes durante grande parte do ano com o orelhudo We are young, e Frank Ocean surgem novamente noutra das categorias de destaque dos Grammys, a de Melhor Novo Artista. Têm a concorrência dos Alabama Shakes, da endiabrada Brittany Howard, da revelação country Hunter Hayes, fenómeno típica e exclusivamente americano, e dos The Lumineers, grupo de folk na tangente da pop, à semelhança dos britânicos Mumford & Sons.

Para Canção do Ano, um prémio de composição atribuído aos autores das canções nomeadas, os votantes dos Grammys escolheram Lonely boy (Black Keys), Stronger (what doesn’t kill you) (Kelly Clarkson), We are young (fun.), Somebody that I used to know (Gotye), Thinkin’ bout you (Frank Ocean) e We are never getting back together (Taylor Swift).

Ao se depararem com uma lista que inclui cinco nomeações para Miguel, estrela recente do r&b, ou para o veterano pianista jazz Chick Corea, é certo que haverá na indústria gente muito desiludida. Rihanna, por exemplo, que apesar de três nomeações está ausente das categorias principais. Melhor, ainda assim, que Justin Bieber e Madonna, estrelas pop habituais nestas cerimónias da indústria. Este ano, zero, nada. Foram olimpicamente ignorados pelo painel dos Grammys.
 
 
 

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