Altice confirma venda da Cabovisão e já tem interessados

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Altice comprou PT e não se arrepende AFP PHOTO/PATRICIA DE MELO MOREIRA

A Altice, a nova dona da PT, está a negociar a venda da Cabovisão com diversos interessados, confirmou esta terça-feira de manhã um dos fundadores da empresa francesa, Armando Pereira, aos jornalistas portugueses antes de um encontro com o Presidente da República, em Paris, que reuniu 23 empresários.

O empresário disse que a Altice vai vender a Cabovisão porque a Autoridade da Concorrência a vai “obrigar” a isso, e acredita que o negócio será feito a curto prazo. “Estamos no princípio [do processo negocial] com encontros com algumas pessoas que estão interessadas”, admitiu Armando Pereira, recusando entrar em pormenores porque “nada está ainda definido”.

O responsável diz querer manter os postos de trabalho da empresa, com excepção dos altos cargos da direcção e equipas de gestão. A esse nível haverá reduções, confirma. “É normal. As pessoas que estão lá… nós não as conhecemos muito bem. Geralmente gostamos de trabalhar com pessoas que a gente conhece.”

Armando Pereira confirma o investimento anual de 150 milhões de euros durante dois a três anos para equipar todo o país com uma rede de fibra óptica. E adianta que o call center da Altice – e que não tem qualquer ligação à PT – previsto para o concelho de Vieira do Minho, com cerca de 200 postos de trabalho, irá abrir em Maio. Mas a intenção é, a médio prazo, chegar aos 4000 trabalhadores no país.

Para já, a empresa francesa, que além da PT e da Cabovisão é também dona da Oni, diz que não tenciona fazer mais investimentos em Portugal, mas deixa a porta aberta na área dos media. “Pode ser [investir nesse sector], mas mais tarde”, admitiu o empresário quando questionado pelos jornalistas.

Apesar da contínua desvalorização da PT em bolsa devido à ligação ao escândalo do BES, a Altice continua confiante de que fez um bom negócio. “A PT e a SGPS não são a mesma coisa. Para nós o bom negócio é exactamente o mesmo que era ao princípio”, afirmou Armando Pereira. “Isso [perda de valor em bolsa] não tem problema. Esse continua a desvalorizar mas nós continuamos a valorizar”, acrescentou.

O empresário considera que há negócios “interessantes em Portugal”, mas não por serem baratos. No caso da Altice, o que a empresa pagou pela PT “foi um preço normal. Foi um nível de negócio que se faz no mundo inteiro, não é mais barato que noutros países.” Questionado sobre se vai para Portugal para ajudar ou só para fazer negócio, Armando Pereira deixou escapar, com um sorriso: “Eu sou português…”

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