Acções do BES terminam a cair 15%, numa sessão com forte nervosismo

Os títulos da instituição chegaram a perder 20% e a subir mais de 6% ao longo do dia.

As acções do Banco Espírito Santo (BES) terminaram a sessão bolsista desta terça-feira a desvalorizar cerca de 15%, arrastando o PSI 20 para novo fecho em terreno negativo, ao deslizar 1,13%.

Numa sessão de grande volatilidade, que arrastou o título para uma queda de 20% logo pela manhã e a que se seguiu uma recuperação que chegou a ultrapassar os 6%, foram negociados 159,9 milhões de títulos, um número muito acima do habitual.

O momento de recuperação dos títulos do banco coincidiu com a revelação de uma mensagem do novo presidente executivo (CEO) da instituição, Vítor Bento, aos colaboradores, dando conta de que a sua grande prioridade "consiste em reconquistar a confiança dos mercados”.

A recuperação foi, no entanto, efémera, e o sentimento de fecho foi negativo, o que acontece pela sétima sessão consecutiva, para os 0,38 euros por acção.

As acções chegaram a atingir um mínimo de 0,36 euros, a encostar ao valor a que foi alienada a participação de 4,99 que a ESFG detinha no  BES, transaccionada fora de bolsa, a 0,34 euros.

O forte nervosismo evidenciado pelos investidores reflecte as elevadas incertezas que existem em relação à instituição, quer pela sua exposição a varias empresas do Grupo, quer em relação ao BES Angoa.

A situação financeira da instituição pode ditar a necessidade de novo reforço de capital da instituição, por entrada de novos investidores ou por recurso a fundos públicos.

A situação do BES acabou por influenciar negativamente o sector financeira, com apenas o BPI, apesar das quedas da manhã, a encerrar com uma valorização de 1,40%.

No universo do Grupo Espírito Santo, as acções da ESFG, que controla cerca de 20% do BES, continuam suspensas, e não há qualquer informação sobre o regresso à negociação. A suspensão da negociação foi pedida pela própria ESFG, na quinta-feira, da semana passada.

Os efeitos colaterais da crise no Grupo Espírito Santo chegam à Portugal Telecom (PT), que subscreveu papel comercial de uma das suas empresas, a Rioforte, e cujo prazo de reembolso de perto de 900 milhões de euros terminou hoje. Por enquanto não foi prestada qualquer informação sobre o pagamento do empréstimo ou renegociação do mesmo. O mercado estava a apostar no segundo cenário.

As acções da PT, que com este investimento ficou sob pressão do mercado e pode mesmo ter consequência no processo de fusão com a Oi, encerraram a cair 2,14%, para 1,84 euros.

As bolsas europeias fecham todas negativas, com quedas inferiores à de Lisboa, numa reacção, entre outros, à queda de confiança dos investidores alemães, o que acontece pelo sétimo mês consecutivo.
 

   


 

   

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