Uma tragédia, agora também a cores…

A Taschen acaba de lançar The First World War in Colour, uma selecção com mais de três centenas de imagens que permitem “um acesso sem precedentes aos acontecimentos mais importantes desse período

Foto

A fotografia a cores nasceu oficialmente em 1861, em Londres, quando o físico britânico James Clerk Maxwell (1831-1879) mostrou no Instituto Real a imagem, real, de uma fita de tartã.

Mas a comercialização da nova tecnologoia teve de esperar pelos franceses irmãos Lumière, esses mesmos da invenção do cinematógrafo, que depois das imagens em movimento regressaram à fotografia, agora a cores – o designado “autocromo”, que Antoine e Louis patentearam em 1903, e aperfeiçoaram ao longo da primeira década do século que então começava. A tempo, pois, de poder ser utilizada no registo documental da I Guerra Mundial, cujo centenário da eclosão vem sendo assinalado por todo o mundo.

A efeméride foi também aproveitada pela Taschen, que acaba de lançar The First World War in Colour, uma selecção com mais de três centenas de imagens que permitem “um acesso sem precedentes aos acontecimentos mais importantes desse período – desde a mobilização de 1914 às celebrações da vitória em Paris, Londres e Nova Iorque”, realça a editora.
Se é verdade que fotógrafos de vários países intervenientes no conflito – que, ilusoriamente, alguns dos seus causadores acreditaram que seria “a guerra que iria acabar com todas as guerras” – registaram alguns dos seus episódios a cores, foram os franceses que mais extensamente o fizeram.

Jules Gervais-Courtellemont (1863-1931), Jean-Baptiste Tournassoud (1866-1951), Léon Gimpel (1873-1948), Paul Castelnau (1880-1944) e Fernand Cuville (1887-1927) são alguns dos fotógrafos deste país cujos trabalhos estão contemplados no álbum da Taschen, que tem também autocromos do alemão Hans Hildenbrand (1870-1957), do australiano Frank Hurley (1885-1962), ou do norte-americano Charles C. Zoller (1854-1934) – este também conhecido por ter tirado raras fotografias a cores de Charles Chaplin como Charlot…
“Como o procedimento do autocromo exigia uma exposição relativamente longa, quase todas as fotografias representam cenas cuidadosamente compostas, atrás da acção rápida na linha da frente. Podemos ver comoventes retratos de grupo, soldados preparando-se para a batalha, cidades destruídas por bombardeamentos militares – a existência humana quotidiana e as consequências devastadoras da frente”, assinala a Taschen sobre esta nova edição, que tem coordenação de Peter Walther, fotógrafo e historiador desta e de outras artes.

 

Sugerir correcção
Comentar