Secção competitiva e curso de Verão marcam festival de cinema em Melgaço

Segunda edição do festival Filmes do Homem decorre esta semana nesta vila do Alto Minho, e tem as migrações como tema.

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Jean Loup Passek aquando da inauguração do Museu de Cinema de Melgaço, em 2005 Fernando Veludo/Arquivo

A primeira edição do Prémio Jean Loup Passek, com 32 filmes a concurso, e um curso de Verão são as novidades do II Festival Internacional de Documentário de Melgaço, que começa esta terça-feira e decorre até 9 de Agosto.

Segundo a organização do evento, a cargo da câmara local e da Ao Norte - Associação de Produção e Animação Audiovisual, a primeira edição do Prémio Jean Loup Passek, baptizado em homenagem ao coleccionador, historiador e crítico de cinema francês que doou parte do seu acervo ao município de Melgaço, propõe-se premiar filmes que reflictam sobre as temáticas da identidade, da memória e da fronteira.

Candidataram-se cerca de 200 filmes sobre o tema Migrações, entre os quais foram seleccionadas para a competição 15 longas-metragens e 17 médias e curtas-metragens.

Entre as longas-metragens a concurso encontram-se documentários com origem em Portugal, França, EUA, Chipre, Austrália, Turquia, Alemanha, Itália, Espanha e Kosovo. O prémio para a melhor longa-metragem internacional será de três mil euros.

Já na competição de médias e curtas-metragens vão estar filmes de Portugal, França, Áustria, Bélgica, China, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Peru, Espanha, Polónia, Austrália, Brasil e EUA, sendo o primeiro prémio de 1.500 euros.

Os documentários portugueses seleccionados candidatam-se também a um prémio específico, no valor de mil euros.

Outra estreia no programa do festival é o curso de Verão, intitulado Fora de Campo, que "pretende ser um encontro de reflexão e debate multidisciplinar em torno do tema Cinema e Migrações e aproximar abordagens artísticas, tecnológicas e das ciências sociais e humanas, envolvendo Universidades e grupos de Investigação de Portugal, Galiza e Brasil, a comunidade local e a equipa da organização do festival".

O festival Filmes do Homem pretende promover e divulgar o cinema etnográfico e social, reflectir sobre a identidade, memória e fronteira, e dinamizar o Museu do Cinema de Melgaço, inaugurado em 2005, onde se encontra o acervo que Jean Loup Passek doou ao concelho, e que tem mesmo o seu nome.

O programa do evento inclui ainda mostras de cinema documental, em sala e ao ar livre, sobre as migrações, uma residência cinematográfica e fotográfica designada Plano Frontal, na qual serão integrados alunos de cinema, audiovisual e fotografia para realizarem documentários e projectos fotográficos sobre temas locais que lhes serão propostos.

Há ainda duas exposições, uma intitulada Nós, por cá e por lá, que apresenta as fotografias de arquivos pessoais que documentam histórias da emigração e que foram recolhidas e digitalizadas, no último ano, pela organização do festival. Parte desse espólio vai poder ser visto na Casa da Cultura de Melgaço.

Outra exposição, a inaugurar no dia 9 de Agosto no Museu de Cinema de Melgaço Jean Loup Passek, evocará Manoel de Oliveira, cineasta que ao longo da sua obra fez uma reflexão sobre a cultura e a história portuguesa e que escolheu a região como cenário para um dos seus filmes, Viagem ao Princípio do Mundo (1997).

 

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