Santarém: Teatro Sá da Bandeira reabre sexta-feira

O Teatro Sá da Bandeira reabre na sexta-feira após ter sofrido obras que devolvem a Santarém um espaço dedicado às artes do palco, mas também com lugar para o cinema.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Rui Barreiro, disse hoje em conferência de imprensa que a inauguração do renovado Sá da Bandeira colocará no palco os grupos de teatro da cidade, que há muito reclamavam por uma sala de espectáculos.
Numa "visita inaugural" que conta hoje com a presença do ministro da Cultura, Pedro Roseta, é exibido um vídeo em três dimensões, "Teatro Sá da Bandeira, um século de espectáculos".

É ainda apresentada uma exposição com o mesmo nome e que "espelha" a memória do edifício desde o início do século XX e feita uma pequena apresentação pelos vários grupos de teatro da cidade, entrando em funcionamento todas as valências do espaço.

Além da sala de espectáculos, com 203 lugares e acessibilidades para cadeira de rodas, o Sá da Bandeira dispõe ainda de um estúdio, bar/galeria (para exposições ligadas às artes do palco), cibercafé (com 12 postos de acesso à Internet), e piano/bar, valências que funcionarão diariamente das 10h00 às 24h00, procurando prolongar a permanência dos escalabitanos no centro histórico da cidade.

A programação do Teatro Sá da Bandeira rodará semanalmente (de quinta-feira a domingo), sendo cada semana dedicada a uma arte do palco (teatro, dança, música) e ao "chamado mercado assistido à criação local".

A exibições de cinema decorrerão de segunda a quarta-feira, "numa lógica de Cineclube" com ciclos temáticos, o primeiro dos quais dedicado ao actor Mário Viegas — nascido em Santarém.

A vereadora da autarquia de Santarém com o pelouro da Cultura, Idália Moniz, adiantou que, definida a filosofia da programação, a autarquia apresentará a programação a dois meses.

Quanto à gestão do espaço, Idália Moniz afirmou que a Câmara de Santarém integra um grupo de trabalho no âmbito da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo que está a reflectir sobre qual o melhor modelo de gestão para este tipo de infra-estruturas e as formas de criar sinergias e reduzir custos.

A obra, que custou 2,45 milhões de euros, foi financiada em 39 por cento pela autarquia, em 41 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e em 20 por cento pelo Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central.

Os trabalhos, iniciados em Abril do ano passado, foram terminados dentro dos prazos estipulados, apesar de os técnicos se terem defrontado com o aparecimento de uma cisterna — cuja origem está ainda a ser estudada por haver indícios de que possam ter existido ali termas romanas —, que ficou integrada no espaço.

O Teatro Sá da Bandeira, aberto em 1924 com a fachada que a obra actual manteve, foi erguido sobre as ruínas do antigo Hospital de Jesus Cristo (1426), mantendo-se alguns vestígios (como a porta na zona do actual bar/galeria).

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