Morreu o actor brasileiro Hugo Carvana, o “malandro carioca”

Actor e realizador tinha 77 anos. Estava internado no Rio de Janeiro.

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Hugo Carvana tinha 77 anos DR

Hugo Carvana, de 77 anos, morreu neste sábado no Rio de Janeiro. Segundo a imprensa brasileira, o actor e realizador brasileiro tinha um cancro do pulmão e estava internado já há mais de uma semana.

Apesar de ser uma cara conhecida da televisão brasileira, tendo entrado em mais de três dezenas de telenovelas, como Insensato Coração, Celebridade, Cara e Coroa e Gabriela, Hugo Carvana deixa também um currículo importante no cinema. Como realizador assinou filmes como Vai trabalhar, vagabundo e Bar Esperança.

“Para o cinema, a TV, para tudo. Ele não era somente um actor extraordinário, mas um realizador, um intelectual que pensava o Brasil”, lembrou ao jornal O Globo o cineasta Cacá Diegues. “É uma coincidência triste: Carvana era como José Wilker [que morreu em Abril], um autor, pensava as coisas do Brasil, do cinema, tinha um interesse grande pelo estado do mundo”, acrescentou ainda Diegues, para quem Hugo Carvana era um actor extraordinário com um trabalho importante no cinema. “Eu costumava brincar: se o Cinema Novo tivesse um rosto, o rosto seria o dele, sem dúvida alguma.”

Hugo Carvana deu-se a conhecer como realizador em 1973, ano em que estreia Vai trabalhar, vagabundo. Até aí, Carvana vivia da representação, e integrou o elenco de alguns dos filmes dos principais nomes do Cinema Novo brasileiro, como Ruy Guerra (Os cafajestes e Os fuzis), Paulo César Sarraceni (O desafio), Leon Hirszman (A falecida), Joaquim Pedro de Andrade (Macunaíma), Cacá Diegues (A grande cidade, Os herdeiros e Quando o carnaval chegar) e Glauber Rocha (Câncer, O leão de sete cabeças e Terra em transe).

Ficou conhecido como o malandro carioca por esta ser uma figura recorrente nos filmes em que actuou (mais de 50) e realizou.

O seu último trabalho como realizador foi Casa da mãe Joana 2, a continuação do filme A Casa da Mãe Joana que conta no elenco com José Wilker e que chegou aos cinemas brasileiros no ano passado. Como actor, o seu último trabalho foi exactamente num filme de Wilker também do ano passado: Giovanni Improtta. A sua última novela foi Insensato Coração, em 2011.

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