Mons e Pilsen repartem Capital Europeia da Cultura em 2015

A cidade belga abre o programa com uma ambiciosa exposição da obra juvenil de Van Gogh, que viveu dois anos na região. Pilsen, na República Checa, a cidade que inventou a cerveja pilsener, prepara-se para inaugurar um novo teatro e um bairro multicultural dedicado ao design.

A praça central de Mons com o edifício dos Paços do Concelho
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A praça central de Mons com o edifício dos Paços do Concelho Jean-Pol Grandmont
A destilaria onde é fabricada a Pilsner Urquell
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A destilaria onde é fabricada a Pilsner Urquell

Escolhida como Capital Europeia da Cultura em 2015, juntamente com Pilsen, na República Checa, a cidade belga de Mons inaugura oficialmente este sábado uma ambiciosa programação de mais de 300 eventos, entre os quais se destaca uma grande exposição dedicada a Van Gogh, centrada nos dois anos que o pintor passou em Mons e na zona de Borinage, uma área de minas de carvão e siderurgias.

A exposição, com curadoria de Sjraar van Heugten, abre as portas este domingo no BAM, o Museu de Belas-Artes de Mons, e evoca a passagem de Van Gogh pela região através de um conjunto de 70 obras. Van Gogh chegou a Borinage em 1878, com 25 anos, não para pintar, mas na qualidade de missionário decidido a pregar o evangelho aos mineiros pobres. Mas o desejo de retratar as pessoas e as paisagens começa a sobrepor-se à sua missão religiosa, e pode dizer-se que é nestes dois anos passados em Mons que verdadeiramente desabrocha a sua vocação artística.

“É o regresso ao nosso país do grande génio que começou a desenhar entre nós”, diz o comissário da capital da cultura de Mons, Yves Vasseur, para quem os desenhos de Van Gogh reunidos nesta exposição “mostram já toda a sua sensibilidade, o seu amor pela classe operária”.

Com cerca de cem mil habitantes, Mons prepara-se para inaugurar vários novos equipamentos culturais em 2015 e conseguiu um orçamento de 70 milhões de euros para financiar esta capital da cultura. Vasseur confia que os benefícios para a economia local justificarão o investimento e lembra como as capitais da cultura de Lille, em 2004, e de Liverpool, em 2008, transformaram estas duas cidades de passado industrial comparável ao de Mons.

A outra Capital Europeia da Cultura em 2015, Pilsen, a quarta maior cidade da República Checa, mundialmente famosa pela sua cerveja, convenceu os decisores europeus com um programa que prevê, além de um programa cultural com mais de 600 iniciativas, a construção de um novo teatro e a criação de um bairro multicultural dedicado ao design e aos artistas amadores.

Com pouco mais de 150 mil habitantes, a cidade escolheu como slogan desta capital da cultura a palavra de ordem “Abre-te Pilsen”, uma declaração de intenções cosmopolita na qual se pode ler também uma subtil alusão ao produto engarrafado que celebrizou a cidade: a cerveja. À cervejaria Pilsner Urquell, fundada em 1842, cabe a rara honra de ter dado nome a um tipo de cerveja, a pilsener, hoje fabricada em todo o mundo: uma cerveja leve e de teor alcoólico relativamente baixo, que os checos inventaram para desenjoar das cervejas da Boémia, mais densas e alcoólicas.

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