Madonna confessa que foi violada e roubada quando chegou a Nova Iorque

Cantora norte-americana escreve sobre desafio e atrevimento ao longo da sua vida.

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Madonna

Era uma jovem quando chegou a Nova Iorque mas já era uma rebelde, daquelas raparigas que são olhadas de lado porque se atrevem a ser diferentes. As palavras “desafio” e "atrevimento" dominam o artigo que Madonna escreveu para a edição de Novembro da revista norte-americana Harper’s Bazaar, para a qual fez uma sessão fotográfica.

Mas não é só de rebeldia e de desafio que a cantora fala. Madonna confessa que foi violada e ameaçada com uma faca, quando era jovem e tinha acabado de chegar à grande cidade vinda do Michigan. “No primeiro ano [em Nova Iorque], fui ameaçada com uma arma. Fui violada no telhado de um prédio, para o qual fui arrastada com uma faca nas costas. Roubaram o meu apartamento três vezes. Não sei por quê. Não tinha nada de valor depois de, na primeira vez, terem levado o rádio”, escreve.

Nunca quis ser igual aos outros adolescentes. E, aos 15 anos, “beber cerveja e fumar erva no estacionamento da escola não tinha nada a ver com a minha noção de ser rebelde. Isso era o que todos faziam”. Por isso, decidiu não fazer a depilação, não usar maquilhagem e exigir que os outros gostassem dela não pelo que usava, mas pelo que era. “Não correu bem”, confessa e acabou por não ter muitos amigos ou uma vida social muito intensa. Quando tal acontece, “permite que te foques no teu futuro”, escreve.

A saída de Rochester, no Michigan para Nova Iorque foi dura e Madonna recorda que nos momentos mais difíceis se concentrava na vida da artista Frida Kahlo. Colou um poster numa das paredes da sua casa e observava aquela mulher de bigode que “não queria saber o que os outros pensavam dela”.

Relação com a religião
Avançando de década em década, a artista escreve sobre o início da sua carreira como estrela pop, aos 20 anos, a sua relação com a religião e as suas provocações ao status quo.

Aos 25, “eu usava um crucifixo no pescoço e dizia, nas entrevistas, que o fazia porque eu achava que Jesus era sexy. Bom, era sexy, mas eu realmente dizia isso para provocar”. “Tinha uma relação divertida com a religião. Acredito muito nos rituais, já que eles não fazem mal a ninguém. Mas não me dou muito bem com as regras, embora não seja possível viver num mundo sem ordem”, continua.

“Mas, para mim, há uma diferença entre as regras e a ordem. As regras são aquilo que as pessoas seguem sem questionar. A ordem é o que se consegue quando as palavras e as acções unem as pessoas, em vez de separá-las. Sim, eu gosto de provocar, está no meu DNA. Mas em nove a cada dez vezes eu tenho alguma razão para fazer isso”, continuou.

Dez anos depois, a cantora descobre a Cabala que a ajuda a ter uma vida espiritual. “Dizem que quando o estudante está preparado, o professor aparece. O cliché aplica-se” quando Madonna decide estudar os princípios daquela corrente da religião judaica, estudando também aramaico.

Anos mais tarde, decide estudar o Corão porque está a construir escolas em países islâmicos e porque se deve conhecer todas as religiões. “O meu amigo Yaman diz-me que um bom muçulmano é um bom judeu, um bom judeu é um bom cristão, e assim sucessivamente. Não posso estar mais de acordo.”

A cantora também escreve sobre seu casamento com o cineasta britânico Guy Ritchie e sua mudança para o Reino Unido, aos 45 anos, – “nada é mais belo do que o campo inglês” –, seguida do divórcio e do retorno a Nova Iorque uma década depois. Madonna fala das adopções internacionais. “Fui abençoada com quatro crianças fantásticas. Tento ensiná-las a pensar ‘fora da caixa’. A atreverem-se. A escolherem tomar decisões porque é a coisa certa para fazerem e não porque todos a fazem”, escreve.

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