A cena artística na Índia

A maior feira de arte contemporânea da Índia abriu esta semana em Nova Deli.

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Uma obra de Suchit Sahni numa feira que vai na sua 7ª edição AFP
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Aspecto geral da feira AFP
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Aspecto da feira AFP
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"The poem", de Nalini Malani AFP
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Uma obra de Suhasini Kejriwal AFP
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Uma visitante da feira AFP
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Obra do fotógrafo norte-americano Sebastian Cortes, residente na Índia AFP
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Sebastian Cortes AFP
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Instalação de K. S. Radhakrishnan AFP
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Obra de Atul Dodiya AFP
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Fotografia de Azadeh Akhlaghi AFP
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Obra de Daniel Buren (França)
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Obra "The Threshold into a Dream", de T.V. Santhosh
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"Circle Uncircled" de Rahul Kumar
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A maior feira de arte da Índia abriu esta semana em Nova Deli focada em artistas nacionais e exposições inspiradas em temas actuais como as piores inundações na região de Caxemira em mais de um século.

Um buffet de obras de 1100 artistas atraiu amantes da arte, galeristas e mirones até um espaço de exposição cavernoso na capital, cimentando assim a reputação da feira anual como sendo um dos mais importantes eventos culturais da Ásia do Sul. Todos os anos, um número estimado de 100 mil visitantes acorre à feira de quatro dias com bilhetes que não custam mais de seis dólares (cerca de cinco euros).

As celebridades da cidade passearam pelas 85 galerias na apresentação desta quinta-feira com copos de vinho de tinto, com várias obras expostas já vendidas ainda antes da 7ª edição da feira abrir ao público nesta sexta-feira. O evento mantém-se até domingo. “Tivemos cinco ou seis stands que venderam tudo, a algumas galerias correu excepcionalmente bem”, disse à Reuters a fundadora Neha Kirpal.

A cena de arte na Índia tem vindo a crescer nos últimos cinco anos, com o segundo leilão da Christie’s em Bombaim em Dezembro a gerar vendas de 12 milhões de dólares (10,6 milhões de euros). Um relatório dos analistas da ArtTactic concluiu que a confiança no mercado foi a mais alta desde 2007.

Todos os anos, durante quatro dias, Nova Deli torna-se no centro de artes visuais, com a Feira de Arte da Índia como centro de vários eventos satélite como exposições em museus, seminários e festas glamorosas.

“Além da própria feira, o efeito que tem na cena artística em Nova Deli no geral… e quase colateralmente, o resto dos programas de Deli são só agendas de arte”, disse o artista Jitish Kallat, afirmando-se um sortudo por poder ir a metade dos eventos programados.

Uma réplica em tamanho real de uma casa típica de Caxemira está junto à entrada da feira, uma lembrança da destruição causada pelas inundações neste estado himalaico no ano passado. O artista Veer Munshi, de Caxemira mas a viver em Deli, levou quase três meses a completar a casa, e disse que usaria o dinheiro da sua venda, que é de três milhões de rúpias (aproximadamente 43 mil euros), para ajudar artistas e escritores da sua terra nativa.

Dentro da feira, entre o conjunto de pinturas, esculturas, instalações de vídeo e fotografia está outra exposição de madeira – esta inspirada por um ataque militar na cidade de Bombaim em 2008. A instalação do artista de Bombaim T. V. Santhosh inclina a histórica estação ferroviária da cidade num ângulo, com vários relógios digitais nas paredes em contagem decrescente.

Não muito distante dali, contas metálicas, dão forma a quatro homens em perigo pendurados num comboio de Bombaim enquanto um exército de formigas gigantes, cujos corpos foram esculpidos a partir de peças de motorizadas, se aquecem ao sol de Inverno.

Como noutros anos, os direitos aduaneiros e a burocracia ameaçam temperar o entusiasmo dos proprietários das galerias ocidentais que vão à feira. “Disseram-me que muitas galerias dos Estados Unidos deixaram de vir por causa das taxas e dos papéis envolvidos”, disse Clarita Brinkerhoff, cuja galeria da Florida está a expor pela primeira vez na Índia. As esculturas de metal de pavões de Brinkerhoff, a ave nacional da Índia, cravejadas em cristais Swarovski, chamaram à atenção do público de Deli, com cinco das suas obras a serem vendidas no primeiro dia. Ela quer voltar no próximo ano, mas disse esperar que “o processo não seja tão complicado”.

Pode levar anos até que Nova Deli iguale feiras de arte como as de Hong Kong ou Dubai, mas o director Kirpal está tranquilo. Descreve a Índia como um mercado emergente em contraste com os vários mercados de arte que estagnaram. “As boas notícias é que estamos no início da nossa curva do crescimento no mercado. Só há uma via a seguir.”

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