Direcção-Geral das Artes anuncia vencedores do concurso internacional Pegada Cultural

Seleccionados projectos das cinco regiões do continente, que vão contar com o apoio da Noruega e de dois outros países europeus.

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Paulo Ribeiro, director artístico do Teatro Viriato, em Viseu Paulo Pimenta

Os projectos apresentados pelo Teatro Viriato de Viseu (Região Centro), pela associação Acordarte (Lisboa e Vale do Tejo), pela Acta – Companhia de Teatro do Algarve, pela Matos, Caiano & Wandschneider (Norte) e pela Alma d’Arame (Alentejo) foram os vencedores do programa internacional Pegada Cultural - Artes e Educação, numa decisão tomada no início deste mês de Julho pelo director-geral das Artes, Samuel Rego.

O concurso para este programa de cooperação internacional foi lançado em Dezembro último, e contou com 33 candidaturas a nível nacional. Destina-se a “entidades artísticas portuguesas que, em parceria com entidades artísticas dos Estados Doadores e com escolas de Portugal continental pretendam desenvolver projectos artísticos e educativos junto de jovens estudantes de Portugal continental”, pode ler-se na página oficial da DGArtes, que anuncia a decisão.

Para este programa, Portugal contou com o apoio de três países doadores, especialmente a Noruega, mas também a Islândia e o Principado do Liechtenstein. E a escolha dos projectos beneficiários coube à DGArtes, que, para o efeito, dividiu as candidaturas pelas cinco regiões do continente e as seleccionou com o apoio de um júri internacional.

O projecto mais bem classificado (1º lugar no ranking geral), e que vai beneficiar do montante mais elevado (no valor de 165 mil euros), foi o Circus Lab, do Teatro Viriato. Trata-se de “um projecto transversal, na área do novo circo, que não se vai limitar a apresentar espectáculos”, e que “tem uma dimensão estruturante, do ponto de vista da componente artística e da criação, ligada a outras artes", revelou à agência Lusa o coreógrafo Paulo Ribeiro.

O também director do teatro municipal de Viseu acrescentou que o Circus Lab “vai ser financiado em cerca de 80 por cento pelos noruegueses, cabendo ao Viriato um investimento aproximado de 30 mil euros". O projecto vai arrancar em Fevereiro do próximo ano, e terá uma duração de três meses e meio. "Vamos ter um chapiteau, uma espécie de tenda de circo gigante e fixa, talvez no recinto da Feira de S. Mateus; e teremos ainda mais duas que vão andar por alguns concelhos do distrito de Viseu”, adiantou Paulo Ribeiro, acrescentando que o programa será também levado a São Pedro do Sul, Tondela, Guimarães e Montemor-o-Novo.

Os outros quatros projectos seleccionados foram os seguintes, por ordem decrescente de classificação: Othello’s Anatomy – Arts and Education for Citizenship, um programa de cruzamentos disciplinares (teatro, música e dança) apresentado pela associação Acordarte, com sede em Lisboa, e inspirado no trabalho do Teater Ibsen e da Skien Kulturskole, da Noruega – recebeu 163.900 euros; Mothers, uma iniciativa para crianças e jovens sobre o tema da Mãe, que tem como parceiros o Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira, em Faro, e o Visjoner Teater, na Noruega (160 mil euros); Write a Science Opera, também de cruzamentos disciplinares, apresentado pela empresa de ensino e actividades culturais Matos, Caiano & Wandschneider Lda., sediada no Porto (160.800 euros) – aposta na ciência e na pedagogia da música e tem o objectivo de produzir “seis óperas científicas” em Portugal e na Noruega, ligando o Agrupamento de Escolas Fontes Pereira de Melo, no Porto, com várias instituições daquele país nórdico.

O último projecto seleccionado foi The Giant and the Little, promovido pela associação Alma d’Arame, com sede em Montemor-o-Novo. Trata-se de uma criação de “teatro errante” destinada a alunos e à comunidade, que passa pela organização de workshops, uma exposição e quatro espectáculos para estudantes e professores a apresentar naquela cidade alentejana, mas também em Faro, Almada, Coimbra e Porto. E conta igualmente com o apoio maioritário da Noruega (161.500 euros)

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