A lista final de candidaturas para o concurso dos apoios directos anuais e bienais da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), divulgada quinta-feira, admitiu 146 projectos e deixou de fora outros 23. Isto depois de, há um mês e meio, a lista prévia da DGArtes ter sido recebida com estranheza por vários agentes culturais pelo facto de quase 40% das candidaturas não terem sido inicialmente admitidas.

Em Fevereiro, das 169 candidaturas entregues 65 ficaram de fora e alguns dos candidatos queixavam-se de que a sua exclusão se teria devido a excessos de burocracia ou erros da plataforma informática que impediram a submissão de documentos obrigatórios. Na altura, a subdirectora-geral das Artes, Mónica Guerreiro, aconselhara as estruturas candidatas a recorrer da decisão (um prazo que terminou a 4 de Março) para que as suas propostas fossem avaliadas na audiência prévia de interessados prevista para aquela fase processual.

Tinham ficado de fora estruturas como a Associação Alkantara, a Apordoc, que realiza o festival de cinema documental DocLisboa e programa exposições de artes plásticas e fotografia, a orquestra barroca Divino Sospiro, a Binaural, associação cultural dedicada a projectos transdisciplinares que envolvem a música em contexto rural ou a Trienal de Arquitectura de Lisboa.

Na nova lista final de candidaturas aprovadas, que passarão agora à fase de avaliação de conteúdo por júris, a Binaural, por exemplo, continua excluída, mas as restantes entidades acima listadas têm as suas candidaturas admitidas. Luís Costa, da Binaural, disse esta sexta-feira ao PÚBLICO que apesar de ter enviado os documentos em falta na primeira fase e de se ver excluído da lista final, está "tranquilo" porque a associação apresentou também uma outra candidatura em simultâneo aos apoios tripartidos e que essa "foi aceite".

Em causa estão os concursos para atribuição de apoios directos anuais (2015) e bienais (2015/2016) nas áreas do teatro, dança, música, arquitectura, artes plásticas e de cruzamentos disciplinares. Em Fevereiro, a subdirectora-geral das Artes previra ao PÚBLICO que das 65 propostas que não foram admitidas, “pelo menos 44” correspondiam a situações que poderiam ser “readmitidas” se fossem apresentados os elementos em falta ou esclarecimentos necessários.