MoMA deixa demolição do Museu de Arte Tradicional de Nova Iorque em aberto

Gabinete Diller Scofidio + Renfro vai projectar a expansão do MoMA e mantém em aberto o futuro do edifício contíguo ao museu de arte moderna

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A fachada do MoMA e do Museu de Arte Tradicional Mandel NGAN/AFP

Duas novidades saíram da reunião do conselho de administração do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) de quinta-feira: será o gabinete Diller Scofidio + Renfro a projectar a expansão do edifício do MoMA em Manhattan e a demolição subsequente do edifício contíguo, do Museu de Arte Tradicional, está afinal em aberto. A contestação de arquitectos de renome, prémios Pritzker incluídos e encabeçada pela Liga de Arquitectura de Nova Iorque, parece ter dado frutos.

Os directores do museu souberam numa reunião na quinta-feira de manhã que tinha sido escolhido o atelier autor do High Line Park, que nasceu sobre a linha férrea desactivada na região Oeste de Manhattan, para se encarregar de nova expansão do MoMA e que eles trabalhariam com a administração numa solução para o edifício projectado por Billie Tsien e Tod Williams e construído em 2001. “Se incluímos ou não o [museu de] Arte Tradicional é uma questão em aberto”, disse ao New York Times  o presidente do conselho de administração do MoMA, Jerry I. Speyer, também ele um investidor imobiliário.

Segundo um comunicado de Glenn D. Lowry, director do MoMA, foram os responsáveis da Diller Scofidio + Renfro a pedir “que lhes dessem tempo e latitude para considerar cuidadosamente a globalidade do espaço, inclusive do Museu de Arte Tradicional, para planear a solução arquitectónica” ideal para o projecto de expansão.

Os planos da administração do MoMA para o prédio contíguo originaram uma carta aberta da Liga de Arquitectura de Nova Iorque a contestar a decisão de “destruir este edifício de doze anos tão admirado e distinguido”. Agora, como noticia o diário americano New York Times, o plano de demolir o edifício já no final do ano para ganhar 930 m2 de espaço expositivo e outros 3700m2 na Torre Verre do arquitecto francês Jean Nouvel, uma estrutura sobretudo residencial com espaço para exposições do museu.

A decisão de demolir o edifício do museu de arte folk foi anunciada no início de Maio no âmbito do processo de expansão do MoMA e eram indicados motivos como o facto de a fachada do edifício existente (de bronze) não se coadunar com a do MoMA (vidrada) e pelo facto de os pisos não serem alinhados. O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque não só é um dos museus mais conhecidos e reputados do mundo como está em expansão desde 1983, aumentando gradualmente o seu espaço expositivo graças à aquisição de vários edifícios no quarteirão onde tem sede.

A sua história, e a começar logo na década de 1930 da sua fundação, passa por várias instalações temporárias até se fixar na rua West 53rd entre a Quinta Avenida e a Avenida das Américas em Manhattan, sendo que na mais recente e mais extensa renovação parte das exposições do MoMA foram deslocadas para a sua extensão em Long Island City, o PS1, até à reabertura em 2004. A aquisição do vizinho Museu de Arte Tradicional data de 2011, estando a instituição desactivada desde Abril deste ano.  

O gabinete de arquitectura e design Diller Scofidio + Renfro, que tem um corpo de obra considerável em Nova Iorque, confirmou que a instituição lhe deu “tempo e flexibilidade para explorar” várias opções que “incluem, mas não se limitam a integrar o antigo edifício do Museu de Arte Tradicional”, sublinhando ainda a sua admiração pelos autores do projecto desse edifício. 
 
 

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