"Meu Deus faz com que eu seja sempre um poeta obscuro", um documentário sobre Herberto Helder

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Herberto Helder nunca se preocupou com as vendas e com a divulgação da sua obra Paulo Pimenta/PÚBLICO (arquivo)

A RTP2 vai apresentar sábado um documentário biográfico sobre um dos grandes poetas contemporâneos, Herberto Helder, um autor que deu a sua última entrevista em 1968.

"Meu Deus faz com que eu seja sempre um poeta obscuro" é o título do documentário, que convidou 29 pessoas a darem o seu depoimento. Dezassete recusaram-se a fazê-lo.

António José de Almeida assina a realização deste documentário sobre um autor que, como se lê numa nota da RTP2, fecha todas as portas, impede os outros de falarem sobre si e não dá importância à divulgação da sua obra.

Apesar de fugir da notoriedade, Herberto Helder, que em 1994 recusou o Prémio Pessoa, é reconhecido como um dos maiores poetas portugueses contemporâneos. O autor tem também obra em prosa, com destaque para "Os passos em volta", publicado em 1963.

Este ano foi proposto pelo Pen Clube de Portugal como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

Herberto Helder Luís Bernardes de Oliveira nasceu a 23 de Novembro de 1930 no Funchal, na Madeira.

Em 1948, matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra e em 1949 mudou-se para a Faculdade de Letras de Lisboa, onde frequentou durante três anos o curso de Filologia Românica, que não chegou a terminar. Em 1958, publicou o seu primeiro livro, "O Amor em Visita".

Segundo a RTP2, este é o primeiro de três documentários dedicados a "outros tantos nomes incontornáveis da literatura portuguesa", seguindo-se a 28 de Dezembro Camilo Pessanha e a 29 o último documentário sobre Sophia de Mello Breyner Andresen.

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