França vai devolver três pinturas roubadas pelos nazis durante a II Guerra Mundial

As obras vão ser devolvidas aos seus proprietários. Duas pinturas estão Museu do Louvre, em Paris, e outra está no Museu de Dijon.

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Paisagem montanhosa, de Joos de Momper DR

A França vai restituir três pinturas antigas espoliadas pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial, anunciou nesta terça-feira a ministra da Cultura francesa, Aurélie Filippetti. As obras vão ser devolvidas aos descendentes dos proprietários legítimos.

“Três obras vão ser restituídas sem demora”, anunciou a ministra. Uma das obras em questão é uma paisagem do século XVII do pintor flamengo Joos de Momper, Paisagem montanhosa. As outras duas pinturas não foram devidamente identificadas, sabendo-se apenas que se trata de um retrato feminino do século XVIII e um óleo que representa a Virgem com o menino.

Duas das pinturas estavam, até agora, expostas no Museu do Louvre, em Paris, e a terceira vem do museu de Dijon. “Vou devolvê-los, o mais rápido possível, aos familiares dos proprietários no momento da espoliação", disse ainda Aurélie Filippetti, citada pela AFP.

Estas pinturas fazem parte das cerca de duas mil obras sem proprietário identificado e estão protegidas desde 1949 pelo estatuto MNR (Musées Nationaux Récupération). Isto significa que estas obras estão à guarda do Estado, que se responsabiliza por conservá-las nos museus franceses. Enquanto não são reclamadas pelos seus proprietários, os museus devem assinalar a sua origem e expô-las ao público

Já em Março de 2013, a ministra tinha restituído sete obras a descendentes dos proprietários legítimos. No total, nos últimos 20 anos, o Estado francês conseguiu apenas devolver cerca de 70 obras de arte – o que tem sido alvo de algumas críticas. Para acelerar este processo, a ministra da Cultura pediu aos seus serviços para que se começasse a procurar os proprietários destas obras, mesmo que não exista um pedido de restituição.

"Das 145 obras cuja espoliação é quase certa, os direitos de 28 estão prestes a serem identificados pelo grupo de trabalho que criei", acrescentou a ministra, vendo nestes números “um resultado muito promissor”.

No ano passado, foi criado um grupo de trabalho, composto por membros da equipa MNR, conservadores, arquivistas, historiadores, membros da Comissão de Indemnização das Vítimas de Espoliação (CIVS) e da Fundação para a Memória da Shoah.
 

 

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