Barreto Xavier considera "não oportunas" declarações da directora-geral do Património Cultural

Para o secretário de Estado da Cultura "não deve um director geral em funções manifestar-se publicamente nos termos em que Isabel Cordeiro se expressou".

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Barreto Xavie considera que a equipa em funções se deve manter até à data da sua substituição Nuno Ferreira Santos

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, considera "não oportunas" as declarações da directora-geral do Património Cultural, Isabel Cordeiro, que alegou "divergências profundas" de estratégia para não concorrer ao cargo.

A responsável pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) desde 2012 decidiu não concorrer ao cargo no âmbito dos concursos públicos para cargos dirigentes que estão em curso, como explicou ao PÚBLICO esta quarta-feira.

Ao PÚBLICO, Isabel Cordeiro afirma ter entrado no cargo "com muito entusiasmo" e diz estar satisfeita com o trabalho realizado, mas alega "divergências profundas em relação às estratégias para o património".

Contactada pela Lusa, a Secretaria de Estado da Cultura (SEC), que tutela a DGPC, reagiu às declarações enviando uma nota do gabinete, na qual Jorge Barreto Xavier considera que as declarações de Isabel Cordeiro "não são oportunas".

"Não deve um director geral em funções manifestar-se publicamente nos termos em que a Dra. Isabel Cordeiro se expressou em entrevista dada", indica a mesma nota.

"Todavia, tendo em conta que decorrem os concursos para provimento do lugar de director geral e subdirectores gerais da DGPC, o secretário de Estado da Cultura considera que a equipa em funções se deve manter até à data da sua substituição", adianta ainda o gabinete da SEC.

Nas declarações ao PÚBLICO, a responsável da DGCP sustenta: "Digo apenas que saio por uma questão de lealdade para comigo e para com o projecto que quis construir com as equipas desta casa. As divergências são exclusivamente de ordem técnica e têm a ver com aquilo que entendo serem as competências da DGPC e as suas linhas de actuação".

Isabel Cordeiro, 47 anos, foi nomeada por Jorge Barreto Xavier no início de Novembro de 2012 para substituir Elísio Summavielle, que entretanto tinha apresentado a demissão alegando "razões de ordem pessoal", na sequência da saída do secretário de Estado Francisco José Viegas.

Antes dessa nomeação, Isabel Cordeiro era directora do Palácio Nacional de Queluz desde agosto de 2008.

Licenciada em História, variante de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Isabel Cordeiro foi subdirectora do antigo Instituto Português de Museus, no qual ingressou em 1992, e dirigiu os Serviços de Inventário deste organismo.

À DGCP cabe assegurar a gestão, salvaguarda, valorização, conservação e restauro dos bens que integram o património cultural imóvel, móvel e imaterial do País, bem como executar a política museológica nacional.

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