Cake or death: Eddie Izzard e o seu stand-up estreiam-se em Portugal

Espectáculo Force Majeure estará em Março em Lisboa. John Cleese considera-o “o Python perdido”.

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Idil Sukan/DR

Um dos nomes maiores da comédia britânica, Eddie Izzard, vai actuar pela primeira vez em Portugal a 28 de Março, anunciou a promotora do evento. Force Majeure é o espectáculo que Izzard, também um conhecido actor de filmes da série Ocean’s Eleven ou de várias séries televisivas, traz a Lisboa. 

Segundo a promotora H2N-PHenomena Makers, o comediante de 55 anos actuará no Tivoli naquela que será, para já, a única data portuguesa nesta longa digressão de Force Majeure. Iniciada em 2013, Force Majeure já passou pelos palcos de cidades como Cardiff, Cidade do Cabo, Moscovo, Singapura ou Montréal.

Autor de espectáculos de sucesso editados em DVD ou mesmo em álbuns, Izzard começou a sua carreira em 1983. Além dos longos monólogos em que recorre à interpretação de vários papéis, puxa das referências à cultura popular e a personagens histórias, religiosas e mitos fundadores do Ocidente, é também conhecido por desempenhar alguns espectáculos em várias línguas em sessões quase contínuas. Números como Cake or death, Monkeys with guns ou Death Star canteen são populares aos milhões no YouTube.

Force Majeure, escreveu o Guardian na sua crítica, não corre os riscos de outros espectáculos, mas inclui, “num tour pela história humana”, alguns “momentos de deliciosa tolice típicos de Izzard”. Faz parte de uma “missão de deitar abaixo barreiras culturais ao frisar o que há de universal no humor”, escreveu por seu turno o Independent, classificando o esforço como “admirável”.

Premiado com Emmys e pela Sociedade Humanista da Universidade de Harvard, é um actor estabelecido em Hollywood, desde Valquíria até as séries Powers ou The Riches. Da Broadway à breve partilha do palco com os gigantes Monty Pyhton (John Cleese considera-o “o Python perdido”), é um dos mestres do stand-up de “stream of consciousness” (ou fluxo de consciência). Em 2016 correu 27 maratonas (uma por cada ano que Nelson Mandela passou na prisão) para angariar fundos de beneficência.  

Um dos seus traços distintivos, além da acutilância e da universalidade da sua comédia, era o facto de se apresentar travestido até certo ponto da sua carreira. Identificar-se-ia mais tarde como transgénero e alguns dos seus mais elogiados espectáculos têm referências directas às suas escolhas e integram mesmo histórias (reais) da violência de que foi alvo por essa mesma escolha de usar roupas ou maquilhagem conotados com o sexo feminino.

“Tenho genética de rapaz e genética de rapariga. Na humanidade obcecamos com isso… se olharmos para um tigre dizemos ‘oh, tigre’ e não “oh, tigre rapariga’ ou ‘tigre rapaz”, exemplificou em 2016 à BBC 3. “O que fazemos para acrescentar algo à existência humana”, defendeu, “é o que importa”. Continua a usar baton ou verniz e na sua lista de espectáculos contam-se Dress to kill, Sexie, Glorious, Circle, Definite Article, Unrepeatable ou Stripped. 

Os bilhetes para o espectáculo de dia 28 de Março em Lisboa já estão à venda e têm preços entre os 18 e os 40 euros.

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