Mega Ferreira não foi reconduzido no cargo de presidente do CCB

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Mega Ferreira podia ficar no cargo por mais um mandato Pedro Cunha

António Mega Ferreira não foi reconduzido no cargo de presidente da Fundação do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, soube o PÚBLICO. A administração do CCB já foi informada, por carta, desta decisão da Secretaria de Estado da Cultura, a quem competia gerir este dossier.

Mega Ferreira tinha tomado posse a 23 de Janeiro de 2006, a convite da então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima (PS), substituindo no cargo João Fraústo da Silva. O gestor e escritor seria depois reconduzido no cargo em Janeiro de 2009.

O actual mandato termina na segunda-feira, 23 de Janeiro. Segundo os estatutos da fundação, Mega Ferreira poderia exercer mais um mandato de três anos.

Com Mega Ferreira, sai também a administradora Margarida Veiga, que integrava também o conselho de administração desde 2006. A administradora, que já tinha sido directora do centro de exposições do CCB entre 1996 e 2003, era a representante do CCB na Fundação Colecção Berardo e tinha ainda a seu cargo a coordenação do programa especial da celebração dos 20 anos do CCB, que se comemora no próximo ano.

Miguel Leal Coelho, responsável pelas actividades comerciais e o centro de espectáculos, é assim o único membro da administração que continua no cargo, uma vez que foi nomeado a 3 de Novembro de 2010, terminando o seu mandato em 2013.

O gabinete do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, confirmou a informação, explicando que Mega Ferreira foi avisado pessoalmente, e recusou comentar, remetendo para um comunicado a emitir ao princípio da tarde desta sexta-feira.

Ao Expresso, uma fonte do CCB revelou que Mega Ferreira foi informado pela SEC de que não existiriam "condições políticas" para a recondução. Assumidamente um "socialista não filiado", Mega Ferreira apoiou publicamente José Sócrates nas últimas eleições legislativas, em 2011.

Foi durante o mandato de Mega Ferreira que o CCB perdeu o Centro de Exposições, transformado em Museu Colecção Berardo. Tomou ainda a decisão de terminar com a Festa da Música, um dos acontecimentos que anualmente levava mais gente ao CCB, passando a organizar Os Dias da Música em Belém, seguindo um modelo semelhante mas de menor dimensão.

A construção de dois novos módulos, onde pretenderia instalar uma biblioteca, um auditório e uma área multiusos, foi uma das suas grandes propostas para o CCB, mas que nunca chegou a acontecer.

Licenciado em Direito, António Mega Ferreira estudou Comunicação Social na Universidade de Manchester e iniciou a sua carreira no jornalismo, no Comércio do Funchal, em 1968, passando depois pelo Jornal Novo, Expresso, ANOP, RTP e Jornal Letras. Fundou a Ler, para a qual Francisco José Viegas entrou em 1987 como chefe de redacção, tendo lançado em conjunto o primeiro número da revista.

Notícia actualizada às 13h57, acrescentados os dados do percurso de Mega Ferreira e informações sobre os outros membros da administração
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