The Amy Schumer Show

Tudo, a duração e escala dos planos, diálogos, é formatado para o gag, e nunca saímos do humor, do universo e do estúdio televisivos.

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Vê-se Descarrilada com esforço. Há uma sitcom que o realizador Judd Apatow não consegue perverter, distorcer, desformatar – transformando-a em filme, por exemplo – por muito que estique a corda, isto é, a duração.

O que quer dizer que há uma sitcom que se alonga excessivamente no ecrã grande. 

Amy Schumer, stand up comedian, vedeta de show televisivo, imprime, e não há alternativa a isso, a sua marca a um filme que ela escreveu. O resultado é um The Amy Schumer Show rodeado de convidados – desportistas, basquetebolistas e ex-tenistas, a quem é atribuído tempo e personagem mais ou menos alargado, dependendo dos casos, mas não deixando nenhum deles de ser acessório. 

Isto não serve só para dizer que Decarrilada é um veículo para Amy Schumer, aqui no papel de uma libertina que, depois de observarmos a forma como prospera, se converte ao amor. É mais do que isso: serve para dizer que Decarrilada nunca se pode desembaraçar de Amy porque ela, e tudo o que ela traz na bagagem, é o seu território: tudo, a duração e escala dos planos, découpage, diálogos, é formatado para o gag, e nunca saímos do humor, do universo e do estúdio televisivos. É um mundo de rituais endogâmicos em que todas as referências chamadas ao ecrã (sempre eles a falarem de si próprios, isto é, dos que lhe são iguais) excluem o cinema, que é visto como mera colónia – veja-se como a personagem de Amy Schumer referencia Manhattan, de Woody Allen

 

 

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