Três militares da GNR detidos por suspeitas de corrupção

Detidos mais três civis numa operação levada a cabo pela própria GNR na zona de Portalegre.

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BT foi extinta em 2009 e foram passadas menos 118 mil multas CARLOS LOPES

A Guarda Nacional Republicana anunciou esta terça-feira ter detido três militares que fazem parte da sua organização e mais três pessoas “por suspeitas da prática do crime de corrupção”. A investigação foi desencadeada pela própria GNR e decorre há largos meses.

Um dos militares é um tenente-coronel que está colocado no comando de Portalegre. Os outros dois são guardas, um trabalhava no Destacamento de Trânsito de Portalegre e outro integrava a Unidade de Acção Fiscal, em Elvas, um departamento onde também trabalhou o oficial detido. Os três integravam um grupo, de que faziam parte outros três civis, que recebia subornos para violar os deveres funcionais a que estavam obrigados.    

“As detenções foram realizadas na zona de Portalegre e ocorreram na sequência de uma investigação conduzida exclusivamente pela GNR, através da Unidade de Acção Fiscal, e coordenada pelo Ministério Público (Departamento de Investigação e Acção Penal de Évora)”, adianta a GNR na nota. O PÚBLICO sabe que houve buscas às residências dos suspeitos e também em instalações da própria GNR, nomeadamente no Destacamento de Trânsito de Portalegre, onde para além do detido foi também alvo de buscas um outro militar que não ficou detido. 

Além do processo criminal, a nota da GNR dá conta que “será ainda aberto o competente procedimento disciplinar”. Os militares devem ser ouvidos esta quarta-feira por um juiz do tribunal de instrução criminal de Évora, que lhes aplicará as medidas de coacção adequadas. 

O presidente da Associação Sócio-Independente da Guarda, José Alho, realça o facto de esta investigação ter partido do interior da GNR e insiste que a força não pode compactuar com a corrupção dentro da instituição. Para prevenir este tipo de fenómenos, defende a inclusão de mais graduados nas patrulhas e "concursos internos com critérios transparentes" na selecção dos militares escolhidos para a investigação criminal.  

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