Ministério Público investiga corrupção na GNR de Aveiro

Esquema de corrupção envolvia quatro militares da GNR de Aveiro que alegadamente recebiam vantagens patrimoniais para não fiscalizar empresas ligadas à extracção de areias.

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Os quatro militares da GNR terão recebido vantagens patrimoniais, designadamente dinheiro e bens móveis Público (arquivo)

Além dos militares, um primeiro-sargento e três cabos do Núcleo de Protecção Ambiental do Destacamento da GNR de Aveiro, a investigação abrange também dois empresários de Vagos do sector da extracção de inertes, que são suspeitos da prática de crimes de corrupção activa para acto ilícito. O inquérito está a ser dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Aveiro.

Esta semana, a Polícia Judiciária levou a cabo buscas nas residências e nas viaturas automóveis dos suspeitos, tendo sido apreendidos documentos e discos rígidos. De acordo com os investigadores, os empresários contactavam os militares para se assegurarem que podiam exercer a sua actividade ilícita sem qualquer acção ou fiscalização por parte da GNR.

Além disso, há ainda suspeita de os militares beneficiarem aqueles empresários, desviando autos de notícia, que deveriam ter sido remetidos à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, a entidade competente para processar a contra-ordenação, e não foram.

Até ao momento, foram detectados oito autos de notícia relacionados com infracções ambientais que não foram recepcionados na CCDR do Centro, incluindo um caso de escavações e aterros ilegais numa zona de protecção e recarga de aquíferos inserida na Reserva Ecológica Nacional, em Lombomeão, Vagos.


Estas acções constituem uma contra-ordenação ambiental muito grave punível com coima de 20.000 a 30.000 euros ou de 38.500 a 70.000 euros, consoante se trate de pessoa singular ou colectiva, em caso de negligência. Como contrapartida da omissão dos seus deveres funcionais, os quatro militares da GNR terão recebido vantagens patrimoniais, designadamente dinheiro e bens móveis. Os investigadores sustentam que em Junho do ano passado um dos empresários almoçou num restaurante em Aveiro com os militares que estão a ser investigados e terá entregado mil euros a distribuir por todos.

 

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