Ministério Público suspende peritagens da Câmara do Funchal à queda de árvore

Ao terceiro dia, foram interrompidos os trabalhos de averiguação das causas que levaram à queda da árvore que, esta terça-feira, provocou 13 mortos. PSP vedou o espaço.

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LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O Ministério Público (MP) suspendeu as peritagens que a Câmara Municipal do Funchal estava a fazer ao local onde, na última terça-feira, caiu uma árvore, causando 13 vítimas mortais. "Com vista a garantir a recolha das provas e assegurar a sua integridade foi determinado que o local fique sob vigilância da PSP, só sendo permitido o acesso mediante autorização escrita do Ministério Público", fez saber o MP numa nota publicada no site da Comarca da Madeira.

Esta decisão surge no mesmo dia em que a autarquia iria divulgar as primeiras informações técnicas sobre o acidente. A câmara reitera, num comunicado enviado na tarde desta sexta-feira, "a sua total disponibilidade para colaborar com as autoridades judiciais" para esclarecer o que aconteceu.

A peritagem começou esta quarta-feira. Nesse dia e na quinta-feira, os trabalhos foram levados a cabo por Pedro Ginja, engenheiro agrícola, apoiado por Ana Paula Ramos, do Instituto Superior de Agronomia, a partir de Lisboa. Segundo a Câmara do Funchal, esteve também presente, a observar, o director do Departamento de Ciência e Recursos Naturais da autarquia, José Carlos Marques, o responsável pelos jardins e espaços verdes, Francisco Andrade, e Paulo Rocha da Silva, engenheiro técnico agrário, convidado pela diocese do Funchal.

O MP, que abriu um inquérito às circunstâncias da queda do carvalho no Largo da Fonte, no Funchal, adianta ainda que fez as diligências necessárias para obter “toda a correspondência que terá sido trocada entre órgãos autárquicos, particulares e entidades regionais”. Desde terça-feira, a Câmara do Funchal e a paróquia da Senhora do Monte têm apresentado versões contraditórias sobre a posse do terreno onde se encontrava a árvore.

O Ministério Público realça que, à data em que abriu o inquérito, iniciou um "processo de selecção e nomeação de peritos com conhecimentos especializados nas áreas florestal e botânica, tendo sido solicitada a colaboração de uma instituição universitária não sediada na região autónoma” e ordenou as autópsias médico-legais às 13 vítimas mortais deste acidente, lê-se na nota publicada na manhã desta sexta-feira.

O inquérito é dirigido pelo DIAP do Funchal, sendo o Ministério Público coadjuvado na investigação pela PSP.

 

Notícia actualizada às 16h52 para incluir declarações da Câmara do Funchal.

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