Incêndios: Noite mais calma, combate vai ser reforçado com meios aéreos

Incêndios preocupantes no Parque do Avão, Arouca e Sever do Vouga.

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Imagem do incêndio de Arouca, o que tem maior perímetro Manuel Roberto

O combate aos incêndios foi mais calmo esta noite, mas continuam a existir vários fogos que preocupam os bombeiros e cujo combate foi reforçado às primeiras horas desta sexta-feira com meios aéreos pesados. Segundo da Protecção Civil, às 11h estavam em accção 14 meios aéreos nos seis fogos de maior dimensão: Mondim de Basto, Sever do Vouga, Anadia, Caminha, Arouca e Águeda.

Para o combate a estas seis ocorrências estavam esta manhã em acção mais de 1400 bombeiros e 446 viaturas.

A noite foi menos violenta do que a de quarta para quinta-feira devido à diminuição da intensidade do vento, disse à agência Lusa Carlos Guerra, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

“Em termos de condições meteorológicas foi melhor, pois o vento foi mais calmo e permitiu-nos avançar um pouco com as operações de combate, o que não tinha sido possível na noite anterior porque tínhamos estado a fazer defesa das pessoas e habitações”, explicou.

Carlos Guerra adiantou que durante a noite os bombeiros conseguiram avançar sobretudo a norte em Viana do Castelo e em Braga com o domínio de alguns incêndios, mas a situação continua “muito preocupante”.

“Mantêm-se dois incêndios em Viana do Castelo [distrito], um no concelho de Caminha e outro no de Viana do Castelo que ainda não conseguimos dominar. Pensamos que durante o dia de hoje com a possibilidade de colocar meios aéreos pesados possamos evoluir e dominar estes e os outros incêndios”, disse.

Carlos Guerra deu ainda conta de um incêndio que deflagrou perto da 1h em Mondim de Basto, no distrito de Vila Real.

“Este fogo no Parque Natural do Alvão tem neste momento um conjunto de situações que nos podem vir a causar alguma preocupação e é também aquele onde vamos ter de agir já às primeiras horas do dia com meios aéreos”, disse.

O adjunto de operações da ANPC destacou também os quatro incêndios que lavram no distrito de Aveiro e que continuam a “preocupar” os bombeiros.

“Em Águeda temos neste momento 340 operacionais que vamos ter de reforçar de imediato às primeiras horas com meios pesados. Ontem não conseguimos usar os meios aéreos: de manhã por causa do vento e à tarde por causa da má visibilidade”, contou.

Também por dominar continua o fogo em Arouca, que segundo Carlos Guerra é o que tem maior perímetro e por isso os meios terão de ser reforçados.

“Quero ainda salientar um fogo em Sever do Vouga que surgiu ontem cerca da meia-noite, mas que evoluiu desfavoravelmente às primeiras horas da noite, o que obrigou a colocação de alguns operacionais no terreno e que também está a preocupar-nos”, disse.

Quanto ao de Anadia, que na quinta-feira levou à evacuação do hotel do Buçaco, o adjunto de operações disse que tem uma frente activa com uma extensão de vários quilómetros e cujo combate vai ser também reforçado com meios aéreos.

Carlos Guerra adiantou ainda que durante a noite de hoje ainda houve necessidade de retirar pessoas de algumas povoações no distrito de Aveiro, mas a situação foi mais calma, tendo as populações regressado às habitações.

“Não há vítimas a registar, apesar dos nossos receios com a intensidade do vento, cujas rajadas chegaram a atingir 70 quilómetros por hora, tivemos apenas intoxicações e ferimentos ligeiros”, disse.

Carlos Guerra adiantou ainda que a circulação da Linha da Beira Alta, que na quinta-feira tinha sido suspensa no troço entre Santa Comba Dão e Carregal do Sal, devido a um incêndio, já foi restabelecida.

 

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